Com Camila Pupe, neurologista
Enxaqueca, dor de cabeça e cefaleia são a mesma coisa? É comum os termos serem usados como sinônimos. Mas saber a diferença entre os tipos de cefaleia, termo técnico para dor de cabeça, é fundamental para detectar suas causas e buscar o tratamento correto.
Episódios de uma simples dor de cabeça são muito corriqueiros na vida da maioria das pessoas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 90% da população mundial passou por pelo menos uma crise de dor de cabeça ao longo da vida. Já a enxaqueca atinge em torno de 30% de pessoas no mundo, de acordo com a instituição, e pode comprometer seriamente a qualidade de vida e o dia a dia de quem sofre desse mal. O problema é tão sério que a OMS incluiu a enxaqueca na lista das doenças mais incapacitantes.
A dor de cabeça mais comum, do tipo tensional, surge com uma sensação de peso, geralmente no fim do dia, que acomete toda a região e que pode ser eliminada com o uso de analgésicos simples. Privação de sono, estresse, irritabilidade e cansaço são importantes fatores nessa condição, que pode ser consequência de questões físicas ou psicológicas.
Enxaqueca: conheça as causas
A enxaqueca surge com sintomas mais fortes, de forma mais intensa e pulsante, com uma dor forte em apenas um lado da cabeça. Sua causa é genética e pode ser deflagrada por questões hormonais (uso de anticoncepcionais, menopausa e período menstrual), alimentares (álcool, café, queijos, chocolate, pimenta e abacate podem despertar a enxaqueca), emocionais, exposição intensa ou prolongada à luz, a barulhos intensos e a cheiros muito fortes, entre outras. “Há pacientes que apresentam náuseas, tontura e vômitos por conta da intensidade da crise. Sintomas como hipersensibilidade à luz, sons e cheiros, alterações na visão, na fala e no humor, além de formigamento ou paralisia temporária de um dos lados do corpo, que podem ser confundidos até com AVC”, explica a neurologista Camila Pupe.
Quando surge a crise de enxaqueca, o paciente sem medicação pode sofrer por até 72 horas com os sintomas do problema. O tratamento para a fase aguda da enxaqueca inclui o uso de anti-inflamatórios, analgésicos e triptanos (tipo de medicamento específico para esse problema). No entanto, se o paciente apresentar crises recorrentes e incapacitantes o tratamento preventivo deve ser considerado. Vale lembrar que somente um médico pode fazer o diagnóstico correto do problema e indicar a medicação e o tratamento mais adequados.