Com Bruno Zawadzki, coordenador da Emergência
O calor, as chuvas e alguns hábitos típicos do verão favorecem o aparecimento de doenças que se manifestam com mais facilidade durante a estação. O clima quente e úmido facilitam não somente a existência como também a proliferação de diversos agentes que podem causar danos à saúde. Nessa época, o organismo tende a ficar fragilizado, contribuindo para que fatores de risco estejam ainda mais presentes.
O coordenador da Emergência do Hospital Badim, Bruno Zawadzki, explica quais são as doenças mais comuns durante o verão e as principais formas de preveni-las.
Arboviroses: Durante o verão acontecem os picos de transmissão dessas doenças, principalmente dengue, chikungunya e zika. Elas são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, que adora o calor e as chuvas típicas da estação para se proliferar. A melhor forma de se prevenir é intensificar o uso de repelentes e evitar os focos de transmissão: não deixe água parada em nenhum recipiente, vede totalmente a caixa d’água e cubra os pratos dos vasos de plantas com areia até a borda.
Micoses: Causado por fungos, que gostam de ambientes quentes e úmidos para se reproduzir, o problema é muito comum nessa época do ano. Costumam surgir entre os dedos dos pés e áreas de dobras, especialmente na virilha, nas axilas e no pescoço. Para evitá-las, mantenha a pele sempre seca, principalmente ao sair da piscina ou do mar, trocando a roupa de banho por peças secas.
Conjuntivite: O tipo bacteriano é o mais corriqueiro durante a estação, pois é transmitido facilmente de uma pessoa para outra por meio da água do mar ou da piscina. A orientação é evitar mergulhar e abrir os olhos embaixo d’água, principalmente em lugares que não são próprios para banho, não compartilhar toalhas, não coçar os olhos e evitar contato direto com pessoas que já estão com a doença.
Desidratação: A perda de líquido durante o verão é muito maior por conta do suor e da exposição ao sol. Mas nem sempre as pessoas se dão conta disso e acabam ficando desidratadas. A prevenção do problema é simples: beber bastante água e outros líquidos como sucos naturais, por exemplo, durante toda a estação – pelo menos três litros por dia.
Intoxicação alimentar: O calor extremo do verão faz com que os alimentos se deteriorem mais rápido. Bactérias, vírus e parasitas gostam do clima quente para se proliferar e se instalam com mais facilidade em carnes cruas ou brancas e ovos, mas se espalham também rapidamente pelos outros alimentos no calor. Se for comer fora de casa, é preciso cuidado ao escolher o local. Preste atenção no odor e na aparência da comida e na higiene do lugar. Em casa, procure manter os alimentos bem acondicionados e refrigerados.
Insolação: O sol intenso é o causador do problema. É durante a estação que as pessoas se expõem ainda mais aos raios solares, agravando a situação. É importante evitar o sol nos períodos em que ele está mais forte, entre 10 e 16 horas, caprichar no protetor solar e se proteger adequadamente com chapéus ou bonés e roupas que cubram boa parte do corpo, além do guarda-sol quando estiver na praia.
Queimaduras: A exposição sem proteção ao sol também pode provocar esse problema. A recomendação é nunca sair de casa sem protetor solar, lavar bem as mãos e o rosto após contato com frutas cítricas e não passar perfume para ir à praia ou à piscina.
Otite: Depois de mergulhos no mar ou na piscina, o canal auditivo molhado facilita a entrada de bactérias e vírus causadores da doença. Para evitá-la, use protetores auriculares ao entrar na água ou seque a região com cotonetes assim que sair do mar ou da piscina.
Leptospirose: O contágio acontece pelo contato direto com a urina de animais infectados pela Leptospira ou pela exposição à água contaminada por essa bactéria. O número de casos aumenta durante as chuvas por conta das enchentes e inundações e o risco de contaminação permanece mesmo depois que o nível das águas baixa, já que a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos por bastante tempo. Para se proteger, evite o contato com águas oriundas de enchentes, lave bem os alimentos, principalmente frutas e verduras que serão consumidas cruas, vacine seus animais e mantenha limpos os recipientes em que são servidos seus alimentos e água e use luvas e botas de borracha se for trabalhar em ambientes que possam ser reservatórios da Leptospira.