Com Antonino Eduardo, coordenador médico
Quando passam os sintomas que os levaram a procurar uma emergência hospitalar, muitos pacientes abandonam o tratamento prescrito pelo médico. Efeitos colaterais, melhora do estado de saúde ou até o preço do remédio podem ser motivos para deixar a orientação médica de lado, mas poucas pessoas sabem os riscos da interrupção súbita do uso de medicamentos e do tratamento.
O coordenador médico do Hospital Badim, Antonino Eduardo, considera que boa parte das consultas de retorno em emergências têm relação com a pausa do tratamento antes do tempo. Especialista em Medicina Intensiva e Clínica Médica, Antonino destaca que o impacto da pausa de medicamentos é maior quando se trata de antibióticos, podendo ter como consequência a piora considerável do quadro de saúde do paciente.
Segundo o especialista, há duas alternativas para garantir a continuidade do tratamento pós-emergência. “Na maioria dos casos há necessidade de acompanhamento; então encaminhamos a pessoa para um especialista. Em outros casos, entramos em contato com o paciente após um período de tempo para saber se ele melhorou, mas, antes dele sair da emergência, sempre recomendamos que retorne caso ela registre piora no quadro de saúde”, destaca o médico.
Quando o diagnóstico é suspeita de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, Antonino explica que a consulta de retorno à emergência é estabelecida de imediato. O médico lembra que quando o profissional de saúde recomenda um tratamento, ele calcula a ação do medicamento em determinado período de tempo e, consequentemente, a melhora do quadro clínico do indivíduo. “Um dos fatores importantes para evitar o retorno não planejado à emergência, além de seguir a orientação médica, é o paciente esclarecer todas as suas dúvidas durante o atendimento médico”, acrescenta o especialista.