Para não perder nem um minuto da festa de Carnaval muitos foliões apelam para as bebidas energéticas e, assim, conseguem encarar longos períodos acordados e ainda manter a animação. Um estudo da American Heart Association já provou que o consumo de mais de 900ml, ou seja, três ou quatro latas de energéticos em uma hora aumenta o risco de arritmia cardíaca graves, mesmo em pessoas saudáveis, podendo levar a morte. Só que esse risco pode ser agravado quando esses produtos são misturados às bebidas alcoólicas.

Segundo o coordenador da Unidade Cardiointensiva do Hospital Badim, Alexandre Scotti, os compostos neuroestimulantes contidos nas fórmulas dos energéticos podem causar descompensação em pacientes portadores de doenças cardíacas, especialmente os que estão no grupo das arritmias cardíacas. “Para esses pacientes, é seguro manter um consumo moderado desses tipos de bebidas”, destaca o médico.

Diferença entre energéticos e isotônicos

O médico Danilo Klein, coordenador de Nutrologia do Hospital Badim, chama a atenção para o uso desenfreado das bebidas energéticas. Ele esclarece que elas foram desenvolvidas para aumentar o rendimento dos atletas. “As bebidas energéticas não devem ser consumidas rotineiramente e não há indicação formal para o seu uso corriqueiro”, destaca. O produto tem na sua formulação substâncias estimulantes do sistema nervoso central, como cafeína, taurina, inositol, glucoronolactona, além de vitaminas e minerais, que podem causar problemas à saúde, dependendo da dose ingerida. Dentre os sintomas estão insônia, irritabilidade, arritmias cardíacas e infarto do miocárdio, aponta o especialista.

Já as bebidas isotônicas possuem composição semelhante à do sangue humano, incluindo açúcares, sais, vitaminas e mineiras, além de serem isentas de substâncias estimulantes. “Elas também foram desenvolvidas para uso no atleta durante a atividade física, ideais para os treinos de alta intensidade e longa duração, porque tendem a manter a hidratação, os níveis de sódio e açúcares no sangue durante os exercícios”, explica o médico.