Com Antonino Eduardo, coordenador médico
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 08 de março, traz à tona diversos temas importantes do universo feminino. A saúde é um deles, especialmente em tempos de rotina estressante e acelerada, que exige da mulher múltiplas atividades diárias. Com o dia a dia corrido, muitas mulheres esquecem de colocar em dia os exames e de prestar atenção no próprio corpo, o que pode levar a alguns problemas de saúde.
O alerta é feito pelo coordenador médico do Hospital Badim, Antonino Eduardo. Na lista das doenças que mais afetam as mulheres, o especialista destaca o corrimento, que, apesar de não representar gravidade, pode ser sinal de outras enfermidades. O médico salienta também que as oscilações hormonais dobram as chances de as mulheres desenvolverem depressão quando comparadas aos homens. Outra doença com maior incidência no grupo feminino é o câncer de mama. “Em todos os casos, o diagnóstico precoce é fundamental para se buscar a cura. Por isso, é tão importante fazer o check-up anual e prestar atenção no ritmo e na qualidade de vida”, destaca o médico.
O especialista elencou as doenças que mais afetam as mulheres. Confira:
Corrimentos vaginais – mais um sintoma do que uma doença, o corrimento é o mais comum dos problemas femininos. Quando claros e sem cheiro, não representam problema, mas se apresentarem cor escura (marrom, cinza ou amarelada), acompanhado de coceira e/ou mau cheiro, procure um ginecologista.
Cistite ou infecção urinária – infecção da bexiga geralmente causada por uma bactéria comum chamada E. Choli que vive no intestino. Acomete mais as mulheres pelo fato de a uretra ser mais curta e próxima do ânus. A prevenção é utilizar o papel higiênico sempre de frente para trás, tomar bastante água, não segurar a urina por muito tempo, ter hábitos regulares de higiene e evitar roupas muito apertadas. Mulheres que trabalham sentadas devem ter cuidado especial.
Candidíase – mais conhecida como cândida, não é considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), embora possa contaminar os parceiros sexuais. Causa coceira intensa, corrimento esbranquiçado ou amarelado espesso, ardor ao urinar e nas relações sexuais. Geralmente surge quando o organismo está com baixa imunidade, durante o uso de antibióticos, anticoncepcionais e corticoides, em pacientes diabéticas e portadoras de HPV. A prevenção consiste em evitar que os fungos que vivem no organismo cresçam, manter a saúde em boas condições e a glicose controlada, evitar roupas apertadas e o uso de absorventes internos constantemente.
Síndrome dos Ovários Policísticos – é um problema causado por desequilíbrio hormonal, que forma cistos que modificam e aumentam os ovários. A mulher com ovários policísticos ovula menos e tem ciclos menstruais irregulares, libera mais hormônios androgênios e resistência à insulina (diabetes tipo 2). Os sintomas principais são dificuldade para engravidar, diabetes, pelos nos seios, buço e queixo, pele oleosa e acneica, queda de cabelos, obesidade e manchas escuras no pescoço e axilas.
Endometriose – transtorno ginecológico que causa diversos desconfortos, como cólicas menstruais fortes, diarreia, dor pélvica crônica e dor nas relações sexuais. Pode levar à infertilidade. O endométrio é o tecido que recobre a parte interna do útero, que se descama e se solta na menstruação e quando esse tecido migra para fora da cavidade uterina e se instala no peritônio ou ovários, leva aos sintomas descritos. Não se conhece a causa dessa migração, portanto não há como prevenir.
Mioma Uterino – assim como a endometriose, a fibrose uterina (mioma) acomete as mulheres em idade fértil. É um tumor benigno composto por tecido uterino e pode permanecer estável por anos e, sem causa aparente, crescer muito em pouco tempo. Não se conhece as causas de sua formação, porém acomete mais as mulheres negras e as obesas. Sintomas: períodos menstruais longos e dolorosos, fluxo aumentado, anemia, sangramento fora do período menstrual, dores e problemas urinários.
Osteoporose – falta de cálcio nos ossos, que os torna porosos e frágeis. Mulheres brancas, de olhos claros, estatura pequena, sedentárias e no climatério estão mais propensas ao problema devido à queda de estrógeno. Contribuem negativamente o álcool, fumo e café em excesso. A prevenção consiste em um estilo de vida saudável, alimentação rica em cálcio e exercícios físicos.
Depressão – as mulheres têm duas vezes mais chance de desenvolver depressão do que os homens. Uma das causas são as oscilações hormonais. Os sintomas são extensos, sendo os principais a falta de motivação ou de prazer em situações antes prazerosas, o isolamento social, tristeza contínua e sensação de desamparo, irritação, distúrbios do sono e, gradativamente, a fadiga crônica e fibromialgia.
HPV – existem mais de 100 tipos diferentes. É uma IST que pode provocar desde verrugas na pele e nas regiões genitais até o câncer de colo de útero. A prevenção é o exame Papanicolau e sexo seguro, além da vacinação anti HPV.
Câncer de mama – tem maior incidência entre as mulheres. Não existe uma causa específica conhecida, mas sabe-se que as mulheres que têm algum caso da doença na família, as que menstruaram muito precocemente, que entraram tardiamente na menopausa e as que nunca amamentaram estão mais propensas a desenvolver o câncer de mama. O melhor tratamento é a mamografia periódica e o autoexame regularmente.