Por Marcelo Dibo, diretor Executivo

 

A enxurrada de notícias falsas que recebemos todos os dias pode ser tão nociva quanto o novo coronavírus. Além de desinformar a população, elas ajudam a disseminar pavor e insegurança em um momento que já tem se mostrado caótico por diversos fatores. O problema é gigantesco. O serviço “Saúde sem fake news”, criado pelo Ministério da Saúde logo no começo da pandemia, tem recebido milhares de mensagens e vem constatando que entre as que têm relação com a Covid-19 e que foram analisadas, cerca de 85% são falsas.

No dia a dia da rotina hospitalar, essa realidade não é diferente. Percebemos que os pacientes chegam com muitas dúvidas sobre sintomas, tratamento, diagnóstico e, em alguns casos, com impressões já formadas sobre a doença, baseadas em informações que não são verdadeiras. Isso pode trazer uma preocupação desnecessária e, às vezes, até piorar o estado de saúde do paciente, já que o estresse é um grande inimigo da imunidade.

As redes sociais acabam sendo a principal via de transmissão do problema. E não adianta permanecer em casa e se proteger: as fake news acabam nos afetando, na maioria das vezes, sem fazermos nenhum esforço. Essas informações falsas chegam à beira do absurdo. Medicamento antiparasitário, ingestão de água a cada 15 minutos e uma mistura de uísque e mel prometem a cura da doença. Tomar café previne o problema. Temperaturas elevadas matam o vírus. Nada disso é verdade. O que temos de informação verdadeira é que ainda não há cura ou vacina contra a Covid-19 e que o melhor remédio neste momento é ficar em casa ou se prevenir usando máscara se precisar ir à rua e higienizar as mãos da forma correta sempre que necessário.

Quando precisamos de tratamento médico escolhemos cuidadosamente um hospital ou um profissional em quem confiamos. Então, por que não selecionar fontes também confiáveis para buscar informação sobre um assunto tão sério? Essa escolha está em nossas mãos e é bem simples.

A minha dica é: não compartilhe informações se não tiver certeza de que são verdadeiras. Existem diversos mecanismos de checagem de dados sobre a Covid-19 e os sites do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde são ótimos canais para buscar informações corretas e seguras sobre a doença. A imprensa também tem feito um belo trabalho, inclusive desmentindo boatos que circulam sobre o assunto. Pensar no bem coletivo é nossa maior obrigação neste momento e não disseminar fake news pode ajudar a reduzir o medo generalizado sobre a doença e a manter a sanidade mental de todos nós. Em caso de dúvida, fale com o médico!

 

**Informe publicitário publicado no Globo Tijuca