Você reconhece as diferenças básicas entre preocupação, ansiedade e estresse tão presentes na vida dos brasileiros? Situações inesperadas podem ativar pensamentos mais cautelosos. Esse fenômeno é normal e pode acontecer com qualquer pessoa que busca segurança e bem estar. No entanto, uma pessoa com transtorno de ansiedade encara o mesmo cenário de forma bem diferente, alimentando ideias catastróficas, mesmo sem a certeza de o problema ser real. Nos casos mais graves, o distúrbio pode evoluir para o estresse e depressão que, geralmente, têm reflexos no organismo e pode levar até ao suicídio.
Um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, aponta que o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade (9,3%), no mundo. O País ocupa ainda o quinto lugar global em casos de depressão (5,8%), de acordo com o levantamento. Segundo especialistas, o nível de ansiedade pode determinar as consequências no organismo. “O paciente com níveis elevados de ansiedade pode apresentar sintomas como dores de cabeça e musculares, doenças digestivas, insônia, prejuízos da memória e concentração”, explica o psiquiatra do Hospital Badim, Higor Caldato.
Em alguns casos, a ansiedade pode evoluir para outro problema: o estresse. Diferenciar essas condições de saúde é fundamental para que o portador do distúrbio possa buscar soluções adequadas para lidar com os sintomas. O estresse, por exemplo, desencadeia respostas fisiológicas provenientes da estimulação do sistema nervoso autônomo, o que leva à liberação de hormônios, que por sua vez pode aumentar a taxa de batimento cardíaco e a pressão arterial. Por um período prolongado, o estresse pode gerar outros problemas de saúde, como fadiga, baixa autoestima, queda da imunidade e ganho de peso.
Caldato salienta que ao perceber esses sintomas, o portador do transtorno deve procurar a ajuda médica e psicológica. “Os transtornos de ansiedade quando tratados melhoram muito a qualidade de vida da pessoa. Os relacionamentos sociais, familiares e o trabalho passam a ficar melhores além dos sintomas físicos que tendem a desaparecer”, destaca o psiquiatra. O especialista recomenda que um indivíduo nunca deixe uma simples preocupação se transformar em elemento gerador de ansiedade, que pode ser o gatilho para a depressão. Veja como evitar esses transtornos:
- Imponha limite ao pensar em um problema;
- Procure listar as preocupações e devidas soluções. Esse ato evita os pensamentos repetitivos;
- Aos primeiros sinais de ansiedade, diminua o consumo de estimulantes como cafeína, açúcar e álcool;
- Aprenda a respirar de forma mais tranquila para desacelerar os batimentos cardíacos;
- Faça atividades físicas, técnicas de relaxamento, meditação ou busque outras atividades prazerosas, como ouvir uma música, ler um livro;
- Não deixe de procurar a ajuda profissional. O especialista irá auxiliar na aceitação das situações mais difíceis.