Com o cardiologista Marco Aurélio Moutinho
Dor no peito, palpitação e desmaios são os sintomas mais comuns das arritmias cardíacas, que também representam a principal causa de morte súbita. Por ano, as duas disfunções juntas acarretam cerca de 300 mil vítimas no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac). O Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, celebrado em 12 de novembro, tem por objetivo informar a população da importância do diagnóstico precoce e das formas de prevenir a doença.
O cardiologista do Hospital Badim, Marco Aurélio Moutinho, explica que a arritmia, também conhecida como disritmia ou palpitação, é uma alteração nos batimentos do coração, podendo ser regular ou irregular. “O distúrbio pode provocar descompasso do batimento cardíaco e alterações no fluxo sanguíneo”, esclarece o especialista.
De acordo com Moutinho, da infância à terceira idade qualquer pessoa pode desenvolver a doença. No entanto, o médico destaca que os pacientes portadores de comorbidades, como hipertensão arterial, diabetes, hipo ou hipertireoidismo e cardiopatias, têm maior probabilidade de ter arritmia cardíaca.
Moutinho acrescenta que os sintomas mais conhecidos das arritmias são palpitações ou taquicardia, além de tontura ou queixas de queda da própria altura e perda de consciência, sinais que estão associados às bradiarritmias, que provocam uma frequência cardíaca mais baixa que o normal. O médico faz outro alerta: “as arritmias podem surgir sem apresentar sintomas”.
Segundo o cardiologista, doenças pulmonares, depressão e ansiedade podem mascarar os sinais de arritmias. Em alguns casos, a arritmia pode levar à morte súbita, que ocorre de forma inesperada e num prazo de uma hora desde o início dos sintomas, pode evoluir para parada cardiorrespiratória e falecimento.
Dependendo do tipo de arritmia, Moutinho explica que o controle pode ser farmacológico ou através de ablação, que é um procedimento minimamente invasivo com uso de cateter especial que neutraliza as vias elétricas anormais do coração. “Em se tratando de bradiarritmias a melhor alternativa é o marca-passo”, aponta ele.
As arritmias respondem ainda pela maioria dos casos de parada cardíaca. “A parada cardíaca deve ser prontamente identificada e o processo de ressuscitação deve ser iniciado de imediato. Todo esse processo não pode demorar mais que 30 minutos, conforme recomenda os protocolos da doença”, comenta o especialista.
No que diz respeito à prevenção da doença, o cardiologista destaca algumas dicas importantes: “Mudança do estilo de vida e controle das comorbidades, além do controle medicamentoso para evitar novas manifestações das arritmias”.