Com Adriana Melo, fisioterapeuta 

As compras, as operações bancárias, as reuniões de trabalho, os bate-papos nas redes sociais e muitas outras atividades rotineiras tomaram outro rumo com a pandemia: a vida online. Se por um lado a tecnologia vem oferecendo comodidade e segurança durante o confinamento, por outro ela pode ser vilã no processo chamado Síndrome do pescoço de texto ou text neck (em inglês). Trata-se da presença de fortes dores no pescoço ocasionadas pela permanência na mesma postura por longos períodos.

Para ficar com os olhos atentos à tela do celular durante todo o dia, o indivíduo mantém por muitas horas a cabeça inclinada e acaba sobrecarregando a musculatura da região do pescoço. A fisioterapeuta do Hospital Badim, Adriana Melo, chama atenção para o fato do confinamento favorecer o uso excessivo de smartphone e essa nova realidade impactar na qualidade de vida dos usuários dessa tecnologia.

Segundo a especialista, as dores no pescoço podem ser o início de um processo bem mais doloroso, caso paciente não busque por cuidados imediatos: “Dor na região cervical e/ou na região torácica, tensão no músculo trapézio, na porção próxima ao pescoço, dormência nos braços, mãos e dedos e dor de cabeça são os sintomas mais comuns”. Ela acrescenta que o ‘pescoço de texto’ pode provocar ainda cervicalgia aguda ou crônica.

A fisioterapeuta recomenda como medida preventiva manter um intervalo de 15 minutos a cada meia hora de uso do smartphone. Além desse procedimento, a profissional enfatiza outros comportamentos no sentido de precaver a doença: corrigir a postura, diminuir o tempo de uso e alongar a musculatura é o mais indicado.

Adriana Melo explica que o correto posicionamento da postura abrange manter o pescoço na posição neutra e levar a tela do celular um pouco abaixo da altura dos olhos. Ela cita algumas dicas importantes:

  • Adequar o smartphone em uma mesa e regular a altura, apoiando os cotovelos para que a tela do aparelho fique na altura dos olhos. Desta forma, evita-se a sobrecarga nas articulações do ombro e cotovelo;
  • Regular o tamanho da letra e a luminosidade da tela do aparelho de acordo com o ambiente em que o indivíduo se encontra;
  • Não esquecer dos pequenos intervalos de 15 minutos a cada meia hora de uso do smartphone.