Com Leonardo Palermo, pneumologista

De uma simples gripe a problemas cardiovasculares. Apesar de ser considerada uma manifestação comum, a tosse pode ser prelúdio de que algo de errado está ocorrendo no organismo. Esse sintoma, quando persiste no tempo, pode piorar e afetar consideravelmente a qualidade de vida. Mas, a partir de que momento a ajuda médica é imprescindível? “Com mais de duas semanas tossindo e tendo associados sintomas que podem indicar gravidade, como febre persistente, mal estar. Ou quando a tosse é constante sem um diagnóstico prévio, como acontece na asma sazonal, também é indicado procurar rapidamente por um especialista”, explica o médico pneumologista do Hospital Badim, Leonardo Palermo.

Os motivos da tosse são os mais diversos e somente através de uma pesquisa clínica o especialista consegue identificar as causas relacionadas a esse sintoma. Na maioria das vezes, a manifestação é decorrente de patologias do sistema respiratório, entre elas a gripe, a rinossinusite, a pneumonia, a tuberculose e a asma. Outros órgãos e sistemas também podem ter como apresentação clínica a tosse, como o refluxo gastroesofágico e a insuficiência cardíaca descompensada.

O tipo de tosse – seca, com expectoração acompanhada de secreção purulenta ou clara -, além da sua frequência, indica o caminho para o médico fechar um diagnóstico. Na tosse produtiva, por exemplo, a secreção é eliminada, ao contrário da seca, quando o catarro parece inexistente e é mais persistente.

Palermo destaca ainda que não há como diferenciar a tosse provocada pela Covid-19 das outras manifestações gripais. “A Covid-19 é uma doença viral, com curso de sete a dez dias, se apresentando como uma gripe, que em alguns pacientes evolui para quadros mais graves. No atual cenário epidemiológico, qualquer tosse deve nos alertar para um possível caso do novo coronavírus”, explica o pneumologista.

Em qualquer circunstância de surgimento da tosse, Palermo não recomenda os xaropes caseiros ou a automedicação. “Medidas como essas representa riscos ao paciente. O recomendado é observar o tipo e a sua frequência e procurar a ajuda médica”, afirma o médico.