Com Bruno Zawadzki, coordenador da Emergência
Os impactos negativos do tabagismo incluem 50 diferentes doenças. Além dos riscos já revelados pela Medicina, como as doenças cardiovasculares isquêmicas, respiratórias, oncológicas e os acidentes cerebrovasculares, os fumantes com Covid-19 apresentam maior gravidade da doença, de acordo com a Organização Nacional de Saúde (OMS). Os adeptos do cigarro também estão na lista dos pacientes com maior possibilidade de desenvolver câncer de pulmão, segunda doença que mais mata no mundo e segunda mais frequente no Brasil. A entidade coloca na conta das consequências do cigarro o maior número de mortes e internações no planeta, levando em consideração as enfermidades provocadas pelo tabagismo.
No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, os especialistas sempre reforçam os malefícios causados pelo consumo do tabaco e a importância das medidas de controle desse hábito. O tabagismo é uma doença crônica, gerada pela dependência da nicotina. “O cigarro prejudica os mecanismos de defesa do organismo, gerando riscos elevados de infecções como sinusites, pneumonias e tuberculose”, explica Bruno Zawadzki, coordenador da emergência do Hospital Badim.
A lista de doenças provocadas pelo tabagismo é extensa e dentre elas estão úlceras do aparelho digestivo, osteoporose, catarata, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce e complicações na gravidez. Segundo Zawadzki, se associado à Covid-19, o tabagismo aumenta o risco de complicações e internações em unidades de terapia intensiva, tendo ainda maior chance de o paciente chegar à óbito.
De acordo com a OMS, o cigarro é responsável por oito milhões de mortes por ano, tendo como causa doenças pulmonares e respiratórias, cardiovasculares, diabetes, hipertensão e câncer. Mas quem não fuma também acaba nas estatísticas fatais, na condição de vítima da exposição passiva às substâncias tóxicas inaladas pela fumaça do cigarro. E esse percentual não é baixo: cerca de 1,2 milhão de fumantes passivos vão a óbito. A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2019), divulgada pelo Ministério da Saúde, aponta que em 2019, 9,8% dos brasileiros se declararam fumantes. Os homens lideram o ranking, com 12,3% contra 7,7% de mulheres tabagistas. Apesar de o índice revelar um crescimento de 0,5% em relação ao ano anterior, o estudo considera uma queda nesse hábito de 38% nos últimos 13 anos que antecedem a pesquisa.
Zawadzki frisa que são muitos os metabolismos que ocorrem no organismo do indivíduo que para de fumar. “Gradativamente, vai estabilizando os batimentos cardíacos e a pressão arterial, melhorando o paladar e o olfato e reduzindo os riscos de doenças”, enumera o clínico. O médico aconselha o ex-fumante a adotar, de forma imediata, bons saudáveis de vida, como manter uma alimentação equilibrada e estar sempre bem hidratado, fazer atividades físicas e evitar qualquer tipo de situação estressante. Em alguns casos, o acompanhamento de um médico e/ou psicólogo é indispensável.