Com Antonino Eduardo, gerente médico
Os sintomas são semelhantes e alguns até os mesmos. Mas, há características que distingue a dengue da Covid-19. A primeira afeta preferencialmente o sistema vascular, enquanto o novo coronavírus tem a sua manifestação mais intensa nos sistemas respiratório e digestivo. As duas doenças são virais e têm como sinais clássicos a febre e as dores de cabeça e no corpo. No entanto, a pessoa infectada pelo Sars-CoV-2 apresenta quadros semelhantes aos das síndromes respiratórias. Já a enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti pode gerar, nos casos mais graves, manchas vermelhas na pele e sangramentos de mucosas. “A Covid-19 tem uma característica bem peculiar, que é a anosmia, a ausência da percepção do olfato. Enquanto a dengue costuma vir acompanhada de mialgia intensa, ou seja, dores muscular e no corpo”, explica o clínico e gerente médico do Hospital Badim, Antonino Eduardo. Ambas as doenças podem ter as suas primeiras manifestações brandas e inespecíficas, como febre baixa, dor muscular, mal estar generalizado. Nessas condições, o especialista afirma que o paciente dificilmente vai conseguir diferenciar as patologias. “Por isso é tão importante procurar uma emergência logo nos primeiros sinais. O diagnóstico precoce, nos dois casos, é fundamental para reverter o quadro clínico. Além disso, o momento que estamos atravessando requer atenção às alterações de saúde”, destaca o médico. Enquanto o vírus da dengue acessa o corpo por meio da picada do mosquito contaminado, a Covid-19 pode ser adquirida, principalmente, através da saliva, inclusive nas gotículas eliminadas ao tossir, e de gotículas do espirro ou da fala. Além dessa forma de contágio, a pessoa pode ser infectada acessando superfícies contaminadas e, posteriormente, levando as mãos aos olhos ou boca. A prevenção da doença está no uso de máscara, distanciamento social, limpeza constante das mãos com água e sabão ou álcool a 70%. No caso da dengue, a medida mais eficaz é eliminar os focos do mosquito transmissor na própria residência e ambientes de trabalho, prestando atenção nos locais em que têm água parada. Segundo Antonino Eduardo, especialmente na pandemia, o paciente deve estar atento aos sinais de febre. “Até a realização de exames clínicos e laboratoriais para ter certeza do diagnóstico, há necessidade de seguir os protocolos seguros e de isolamento”, enfatiza o especialista, que não descarta a possibilidade de infecção simultânea da dengue e da Covid-19, o que pode agravar a condição de saúde.