Com Rodriguo Rodrigues, gastroenterologista

 

Você já ouviu falar de esteatose hepática não alcoólica? A doença, mais conhecida como gordura no fígado, afeta 30% da população, a maioria mulheres. No rol das disfunções hepáticas, o problema é o mais comum no mundo e em 12 de junho – Dia Internacional de Combate à Gordura no Fígado – ganha destaque nas discussões dos especialistas, principalmente em relação à sua prevenção. O distúrbio ocorre quando as células do fígado acumulam triglicerídeos, alcançando um volume de gordura acima de 5%, o que impede o metabolismo da substância pelo órgão e pode gerar um processo inflamatório, evoluindo para o que chamamos de esteato hepatite não alcoólica, que no decorrer de uma década pode caminhar para uma cirrose – com a perda da função hepática -, ou levar à um câncer ou ainda a um transplante. Portanto, a melhor forma para prevenir a doença, que é silenciosa, é apostar nos cuidados com a saúde.

A presença de gordura no fígado está diretamente relacionada ao sobrepeso, colesterol alto, hipertensão, diabetes do tipo 2 – associada à obesidade -, além do uso de anabolizantes e exposição a determinados produtos químicos. Além desses fatores, o gastroenterologista Rodriguo Rodrigues, do Hospital Badim, chama a atenção para o percentual crescente de pacientes que realizam, nos dias de hoje, transplante de fígado em decorrência de cirrose.

A esteatose hepática pode ser tratada ou evitada com a adoção de medidas simples, até porque ainda não existe medicamento para eliminar a gordura no fígado. A famosa “barriga de chopp” é um sinal de alerta e, nesses casos, é prudente partir de imediato para exames laboratoriais e de imagem, sendo o mais indicado o ultrassom abdominal.

Os estudos baseados no tema comprovam que a alimentação balanceada e as atividades físicas regulares são eficientes no tratamento da doença. Então, preste atenção nessas dicas:
– reduza consideravelmente as calorias consumidas, priorizando uma dieta rica em fibras e vegetais e pobre em gordura;
– aumente o metabolismo praticando exercícios físicos diariamente: pelo menos 30 minutos de treino;
– evite o consumo de bebidas alcoólicas;
– mantenha em dia os exames preventivos;
– mantenha-se sempre hidratado: o café, de três a quatro doses/dia, é recomendado, mas evite os sucos de frutas industrializados.