Com Antonino Eduardo, gerente médico
Tomar sol, não fumar, manter o ambiente limpo, praticar atividades físicas com regularidade. Esses cuidados podem combater uma das enfermidades crônicas mais comuns no mundo: a asma. A doença inflamatória atinge as vias aéreas e está associada ao sistema respiratório, provocando maior sensibilidade nos brônquios. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, um a cada cinco adolescentes brasileiros têm asma e desse percentual, 87,7% estão com a doença fora do controle ou parcialmente controlada.
“Fatores como diagnóstico tardio, falta de adesão ao tratamento, ambiente inadequado, tabagismo e as comorbidades podem influenciar no controle da asma”, alerta o médico intensivista e clínico geral do Hospital Badim, Antonino Eduardo Neto.
O tratamento eficaz da doença, de acordo com o especialista, implica na correta avaliação dos agentes de risco e no estilo de vida. O tabagismo, por exemplo, é um dos elementos que mais promove perda de função pulmonar, agravando o quadro clínico do paciente asmático. Os mitos sobre o tratamento e a dificuldade em manejar dispositivos que ajudam no controle da asma levam à baixa adesão terapêutica. “O controle da doença pode ser mais complexo quando o paciente apresenta comorbidades como refluxo gastroesofágico, transtorno do humor, obesidade, rinossinusite crônica, aspergilose alérgica, DPOC e apneia do sono”, acrescenta Antonino Eduardo.
Quando identificada no estágio inicial, o controle da asma pode surtir bons resultados, oferecendo qualidade de vida ao paciente. Um dos fatores mais importantes e que deve ser observado na rotina do portador da doença diz respeito ao ambiente adequado, que deve ser livre de poeira e agentes causadores de alergias como ácaros, pólen e pelo de animais. Outras condições podem agravar as crises de asma, como fumaça de cigarro, mudanças climáticas, exercícios físicos vigorosos, estresse emocional e alguns medicamentos. “Sabemos também que pacientes asmáticos obesos apresentam melhora da função pulmonar quando conseguem perder peso. Consequentemente, os sintomas da doença ficam mais brados”, explica o médico.