Sintomas semelhantes das doenças causam maior preocupação no inverno

Coriza, febre, fadiga, dores de cabeça, no corpo e de garganta são as manifestações mais comuns da chamada Covid Delta. A variante que surgiu na Índia e foi identificada em maio no Brasil, apresenta muitas semelhanças com a gripe e as doenças que atingem o trato respiratório superior. Por esse motivo, não é possível distinguir as enfermidades somente pelos seus sintomas. “Quando o paciente chega ao hospital com esses sinais já consideramos a possibilidade de ser Covid. Solicitamos o teste PCR, que identifica o material genético do vírus no corpo. Somente através desse exame conseguimos confirmar o diagnóstico”, explica o clínico geral do Hospital Badim, Maurício Forneiro.

No inverno, com o tempo mais seco e a tendência das pessoas ficarem confinadas em ambientes pouco arejados, os casos de doenças respiratórias e alérgicas são mais frequentes. “Este ano, com a circulação da variante Delta, houve maior preocupação dos pacientes com problemas respiratórios. E a nossa orientação é justamente buscar pelo atendimento médico logo nos primeiros sintomas gripais, para que possamos encaminhar o mais rápido possível para a testagem e, assim, controlar a disseminação desse vírus, que tem uma capacidade de transmissibilidade muito alto, cerca de 30% a 50% maior, se comparada com a cepa original”, explica o especialista. Atualmente, cerca de 66% dos casos de Covid-19 detectados no Rio de Janeiro são da variante Delta, segundo a Secretaria do Estado de Saúde.

Forneiro comenta que mesmo entre os vacinados há registros da nova variante do coronavírus. “O fato dos sintomas iniciais da variante Delta serem mais leves, não dá noção ao paciente que ele está infectado. Com a flexibilização das atividades sociais e comerciais, estamos num momento de reforçar o uso de máscaras, do álcool em gel, de prestar muita atenção à higiene pessoal e no distanciamento social. Não podemos relaxar nos cuidados para evitar a infecção pelo vírus”, destaca.

O médico acrescenta que, assim como qualquer imunizante, a vacina contra a Covid-19 não impede a contaminação pelo vírus, mas estimula o sistema imune para que, quando em contato com o agente infeccioso, o corpo tenha um mecanismo eficiente para combater a doença, diminuindo sua gravidade.