Com Alexandre Scotti, cardiologista

No Brasil, estudos apontam para a alta prevalência das doenças cardiovasculares, que ganham destaque no mês de setembro em virtude a data alusiva à saúde do coração. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estima que cerca de 14 milhões de brasileiros tenham alguma doença cardiovascular e, pelo menos, 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades. Os principais fatores de risco para doenças cardíacas são: o colesterol alto, diabetes, hipertensão arterial, obesidade, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos e industrializados, tabagismo, estresse e sedentarismo.

“Quando o paciente é negligente com a sua saúde e ignora os fatores de risco, quem sofre as consequências é o coração”, alerta o cardiologista Alexandre Scotti, responsável pela Unidade Cardiointensiva do Hospital Badim. O especialista analisa que a medicina brasileira teve avanços nos últimos anos, desenvolvendo tratamentos e medicamentos eficazes para o controle das doenças cardiovasculares, no entanto, a prevenção dessas doenças não vem sendo tratada com a atenção necessária pela própria população. “Um dos maiores riscos para o coração e o colesterol descontrolado, algo que é moderado com alimentação adequada e exercícios físicos. Esse cuidado é fundamental porque os níveis elevados de gordura no sangue podem causar graves problemas de saúde e complicações no cérebro e coração”, destaca o cardiologista.

Relação com a Covid-19

Segundo Scotti, alguns casos de doenças cardiovasculares podem estar sendo agravados pela pandemia da Covid-19. “Uma grande característica da infecção pelo novo coronavírus é a capacidade de inflamação associada às alterações da coagulação, que podem ocorrer, principalmente, nos quadros graves da Covid-19. Esse fenômeno aumenta a incidência de acidente vascular cerebral, infarto, miocardite, dentre outros problemas”, explica. Por isso, Scott orienta que no pós-Covid, o paciente deva ser submetido à avaliação médica para investigar possíveis sequelas da doença que possam prejudicar a saúde do coração.

O diagnóstico precoce das enfermidades cardiovasculares possibilita, a melhor resposta aos tratamentos, evitando o agravamento das doenças ao longo dos anos. “Com a prática regular de atividades físicas, alimentação adequada e evitando situações estressantes, além do controle do colesterol, a tendência é reduzir em 80% os registros de óbito associado a esse tipo de doença”, afirma o especialista. Veja outras dicas importantes que o médico enumera para o bem estar e saúde cardíaca:

  • realizar exames preventivos;
  • fazer acompanhamento médico para o controle da pressão arterial e do diabetes;
  • manter uma dieta priorizando as frutas, verduras e carnes magras; evitar: carnes vermelhas, ovos, derivados do leite, produtos ultraprocessados (biscoitos, margarina, salgadinhos de pacote, comidas congeladas, bolos prontos e sorvete com gordura trans);
  • manter o controle da obesidade;
  • combater o tabagismo e excesso de bebidas alcoólicas.