Com Alexandre Scotti, cardiologista
Um dos sintomas inflamatórios ocasionado pelo novo coronavírus está associado ao sistema de coagulação do corpo, provocando o surgimento de coágulos que bloqueiam o fluxo do sangue. O processo pode desencadear outras doenças, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio.
Os casos de tromboses são mais comuns em pacientes acometidos pela forma grave da Covid-19 que necessitam de internação em Unidade de Terapia Intensiva. “Para o melhor entendimento do processo trombótico, é importante explicar que o sangue, na sua forma líquida, é nutrido por fatores anticoagulantes. Na contramão dessa condição, a Covid-19 estimula no organismo a produção de fatores pró-coagulantes, ou seja, que favorecem o aparecimento de coágulos”, ressalta o cardiologista e coordenador da Unidade Cardiointensiva do Hospital Badim, Alexandre Scotti.
A Ciência ainda caminha na descoberta dos mecanismos do novo coronavírus que corroboram com a hipercoagulação do sangue. Uma das hipóteses é a alta produção de uma enzima relacionada ao processo de coagulação, chamada trombina, que pode ser o elo entre a trombose e a doença.
Existem dois tipos de trombose: a venosa, que atinge as veias; e a arterial, quando o coágulo chega a uma das artérias. O primeiro caso é o mais comum na Covid-19, com a formação de trombo associado à hipercoagulação do sangue, lesões na parede das veias e pela imobilização do paciente.
O tratamento da trombose é realizado por meio de medicamentos que evitam o aumento e incidência de novos coágulos. “A trombose é uma doença grave e a intervenção médica deve ser imediata para evitar sequelas e chegar à embolia pulmonar, o que pode levar ao óbito”, destaca o especialista. Os hábitos saudáveis reduzem as chances do aparecimento da trombose, como a prática regular de atividades físicas, a alimentação adequada, a boa hidratação e evitar o fumo.