Com Pedro Badim, ortopedista
Em outubro, no dia 20, é celebrado o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, problema que afeta 10 milhões de pessoas no Brasil. A questão é que apenas 20% delas sabem ter a doença, segundo a Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo. “Como a osteoporose é silenciosa e progressiva, isso é perigoso, pois pode provocar fraturas que comprometem a mobilidade”, alerta o coordenador da Ortopedia do Hospital Badim, Pedro Badim.
O ortopedista explica que a fratura é provocada pela diminuição da massa óssea, o que deixa os ossos menos densos e mais finos. “É preciso adotar hábitos saudáveis e fazer acompanhamento e check-up médico anual, especialmente após os 40 anos, idade em que a perda da massa óssea é mais expressiva. No estágio pós-menopausa nas mulheres, mais ainda”, indica ele. “Importante ressaltar que de acordo com a International Osteoporosis Fundation, uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de cinquenta anos sofrerá uma fratura óssea devido à osteoporose. O problema é que, geralmente, as pessoas só procuram ajuda médica quando apresentam dor crônica e isso pode ser um sinal de que a osteoporose já está em um estágio avançado”, salienta.
De acordo com o especialista, a prevenção da doença se inicia na puberdade, ocasião em que ocorre a formação da massa óssea. “Praticar esportes e manter uma alimentação saudável, rica em proteínas e cálcio ajuda a estrutura óssea ser mais resistente, já que é sabido que perdemos massa óssea à medida que envelhecemos. O tabagismo e o consumo abusivo de álcool também são fatores de risco para a osteoporose”, aponta Pedro Badim.
Além do envelhecimento, do sedentarismo, dieta pobre de cálcio, uso abusivo de fumo e álcool, há outros fatores que favorecem a osteoporose, como a menopausa, o uso de corticoides por tempo prolongado e a hereditariedade (pessoas com histórico familiar da doença têm mais propensão a desenvolvê-la).
Um aspecto destacado por Pedro Badim para evitar o problema é o consumo regular do cálcio e vitamina D: “A vitamina D é um importante hormônio que ajuda o organismo a absorver o cálcio, auxiliando na formação do osso novo, no aumento da massa óssea e na redução do risco de fraturas.” O meio mais fácil de absorver a vitamina D é a exposição solar diária por 15 minutos. “Em algumas situações, como quando o exame de sangue aponta que a vitamina D está abaixo de 30 ng/ml, a suplementação medicamentosa é indicada. Mas isso, necessita de avaliação e indicação médica”, diz o especialista.
Levantamentos mostram que os locais mais comuns atingidos pela osteoporose são: as vértebras lombares, os quadris (região proximal do fêmur), o punho e braço. “A fratura do colo do fêmur é a mais perigosa. Cerca de 25% dos pacientes que sofrem este tipo de fratura apresentam importante redução da qualidade de vida e independência ou morrem dentro de seis meses. Quando a fratura não é tratada imediatamente, acaba levando à restrição ao leito e suas consequências clínicas muitas vezes são fatais”, adverte o médico. “Todo esse cenário, nos impulsiona para o melhor caminho: a prevenção”, diz Pedro Badim.
Conheça, abaixo, alguns alimentos e bebidas que são prejudiciais à saúde óssea:
- Bebidas escuras: café, refrigerantes e chás;
- Bebidas alcoólicas;
- Consumo excessivo de fibras (diminuem o aproveitamento do cálcio, se consumidas de forma exagerada);
- Ácido oxálico, presentes nos vegetais (beterraba, sementes de tomate e aspargo), cacau, chocolate, gérmen de trigo, nozes e feijão (ajudam na eliminação de cálcio pelas fezes);
- Dieta rica em sal aumenta a eliminação de cálcio na urina.