Com o endocrinologista Maurício Forneiro
O diabetes é caracterizado pela incapacidade do pâncreas em produzir a quantidade de insulina necessária ao organismo, resultando no excesso de açúcar ou glicose no sangue. A doença se apresenta de duas formas: tipo 1, mais frequente em crianças e adolescentes que desenvolvem anticorpos contra o pâncreas; tipo 2, que acomete mais pessoas obesas, idosas e com histórico familiar, que apesar de produzirem a insulina, o organismo metaboliza mal a glicose, que é a principal fonte de energia do corpo. Atualmente, o Brasil tem cerca de 14 milhões de pessoas diagnosticas com o diabetes e, por dia, surgem 500 novos casos, de acordo o Ministério da Saúde.
As complicações do diabetes podem ser evitadas com medidas de controle da doença, que não podem ser negligenciadas, e evitando os fatores de risco. A falta de conhecimento e a negação da enfermidade são as principais causas do agravamento desses casos. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu 14 de novembro como Dia Mundial do Diabetes, tendo como meta incentivar a prevenção e controle do problema, promovendo as práticas saudáveis: alimentação adequada, atividades físicas regulares e os bons hábitos.
Os principais sintomas da doença são sede excessiva, rápida perda de peso, fome exagerada, cansaço sem motivo, má cicatrização, visão embaçada, vontade excessiva de urinar e falta de concentração. No tipo 1, o paciente apresenta falência da produção pancreática de insulina e passa a necessitar da reposição do hormônio. Os diabéticos desse grupo precisam ser acompanhados por profissionais especializados, para que tenham o controle seguro da doença. O passo mais importante, porém, é aceitar ser portador de uma doença crônica que requer cuidados alimentares, medicamentosos e estilo de vida saudável.
Assim que a doença for detectada, é importante iniciar o controle do peso, com a ajuda de um nutricionista. “A alimentação desses pacientes precisa ser específica, para ajudar o pâncreas na sua função e potencializar o efeito da aplicação de insulina. Os exercícios físicos são essenciais em todas as fases do tratamento, assim como seguir as recomendações médicas e manter os exames periódicos em dia”, diz o endocrinologista e coordenador da Clínica Médica do Hospital Badim, Maurício Forneiro.
Maurício Forneiro enfatiza que o sedentarismo, a má alimentação, a obesidade e o tabagismo são fatores de risco importantes para o desenvolvimento do diabetes. E faz um alerta. “As complicações da doença podem ser sérias e incluem Acidente Vascular Cerebral, Infarto Agudo do Miocárdio, úlcera nos pés, problema nos olhos que pode levar à cegueira, dentre outras intercorrências. Por esse motivo é muito importante o controle e monitoramento da doença”, destaca o especialista.
O médico dá dicas para manter as taxas de glicose em equilíbrio:
- Seguir as recomendações médicas à risca, respeitando as doses e os horários dos medicamentos prescritos pelo especialista.
- Praticar atividade física, aumentando a intensidade e a frequência gradualmente; o ideal é se exercitar de 30 minutos a uma hora por dia, pelo menos cinco vezes por semana.
- O ideal é seguir uma alimentação indicada por um nutricionista; buscar uma dieta equilibrada, que mantenha as taxas de glicose sob controle; fracione a alimentação em cinco ou seis refeições diárias, para manter os níveis de glicose estáveis.
- Troque carboidratos refinados (massas, pães, bolos, biscoitos), por integrais.
- Evite doces e açúcar; sempre prestar atenção nas calorias dos produtos dietéticos.
- Opte por produtos naturais (legumes, verduras, saladas).
- Reduza a ingestão de bebidas alcoólicas e produtos industrializados.