Com Guilherme Cotta, cirurgião geral e bariátrico
A cirurgia bariátrica – adotada para reverter casos de obesidade severa – promove mudanças significativas na vida do paciente. Por esse motivo, após a intervenção devem ser tomados cuidados importantes, principalmente para evitar complicações. Prestar o máximo de atenção à alimentação, manter o corpo hidratado e evitar esforço físico estão entre as medidas vitais para o sucesso desse tipo de procedimento. A saúde emocional também deve estar no foco do cuidado. “Após o procedimento, não são raros casos de depressão, automutilação e alcoolismo. Se o sobrepeso estiver relacionado a questões psicológicas, a cirurgia não garante que o problema seja resolvido”, explica o cirurgião geral e bariátrico do Hospital Badim, Guilherme Cotta.
O médico enfatiza que o resultado satisfatório do procedimento depende, em boa parte, da adesão do paciente ao tratamento. “O paciente deve ser disciplinado, seguir à risca as orientações médicas e mudar hábitos no seu dia a dia”, explica Cotta. Algumas medidas citadas pelo especialista podem resguardar o paciente de efeitos colaterais indesejados. Dentre elas, está o controle no consumo de alimentos, o uso correto da suplementação, a adequada hidratação do corpo, priorizando a ingestão de água, sucos naturais e água de coco. Além dessas recomendações, Cotta destaca a importância de manter o controle das doenças associadas à obesidade, como diabetes, colesterol e hipertensão. “Após a cirurgia, é importante respeitar o período de recuperação e só retornar às atividades físicas e qualquer outro compromisso que requer esforço com liberação médica”, comenta.
No Hospital Badim, os pacientes contam com o Núcleo de Tratamento da Obesidade Mórbida (Nutom), que reúne em uma única equipe cirurgião, nutricionista, endocrinologista, clínico, fisioterapeuta e psicólogo, para orientar o paciente a ter mais efetividade na cirurgia. “O automonitoramento nesse pós-cirúrgico é fundamental e ajuda no controle dos impulsos e hábitos alimentares, tendo em vista a manutenção do peso depois da cirurgia”, ressalta o médico.
A cirurgia bariátrica é indicada para os pacientes classificados no grau 3 de obesidade (IMC acima de 40 e IMC acima de 35 com doenças associadas). Popularmente conhecido como cirurgia de redução do estômago, o procedimento altera a anatomia do órgão, reduzindo a sua capacidade de receber alimentos e interfere na produção do hormônio da saciedade (GLP-1), diminuindo a vontade de comer. Em 2021, a cirurgia passou a ser classificada pelo Ministério da Saúde como eletiva essencial, devendo ser priorizada na saúde pública e suplementar mesmo no período de pandemia, especialmente por oferecer qualidade de vida.
O cirurgião Guilherme Cotta destaca as recomendações fundamentais para quem passou pela cirurgia:
- Ingerir de dois a três litros de água em pequenas porções e por várias vezes ao dia;
- Nos 15 primeiros dias após a cirurgia, a dieta deve ser líquida; passando em seguida para pastosa e somente mudar para sólida com a indicação do médico;
- Não fazer esforço ou pegar peso durante dois meses após o procedimento;
- Adotar caminhadas curtas e seguindo as orientações da equipe multidisciplinar;
- Fazer o acompanhamento com uma equipe multidisciplinar.