O ganho de peso é um dos diversos males trazidos pela pandemia. Um estudo feito por um grupo de especialistas no Rio comprovou esse dado: mais de 20% dos cariocas ganharam, em média, 3 quilos durante os três primeiros meses de isolamento social. A última pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, mostrou que os cariocas já vinham engordando antes da pandemia. Em 2014, 54,4% deles tinham sobrepeso e 19,4% eram obesos. Em 2019, o mesmo levantamento revelou que esses números cresceram para 57% e 21,7%, respectivamente.
A cirurgia bariátrica é um dos tratamentos mais eficazes para a obesidade severa e o Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza esse tipo de procedimento – cerca de 80 mil por ano. O Hospital Badim conta com um serviço de referência na área, o Núcleo de Tratamento da Obesidade Mórbida, que realiza a cirurgia por videolaparoscopia. O serviço reúne uma equipe multidisciplinar formada por cirurgião, nutricionista, endocrinologista, clínico, fisioterapeuta e psicólogo, que, juntos, oferecem atendimento completo.
“Um estudo americano mostrou que uma pessoa que consegue eliminar 10 pontos de Índice de Massa Corporal ganha mais 10 anos de vida. E todos nós queremos ganhar mais tempo de vida com qualidade. É isso que a cirurgia bariátrica, quando feita da forma e com o acompanhamento correto, consegue oferecer ao paciente”, comenta o cirurgião Guilherme Cotta.
A cirurgia bariátrica é, de forma geral, um procedimento seguro para pacientes que precisam reverter casos de obesidade grave. Existem diferentes técnicas para realizar a cirurgia, mas, independente de qual seja a escolhida, o paciente deve estar ciente de que sua vida passará por mudanças significativas após a intervenção.
Diminuir a ingestão de alimentos e manter a dieta recomendada pelos médicos, incluindo a suplementação, aumentar a hidratação, priorizando o consumo de água, sucos naturais e água de coco, manter sob controle possíveis doenças associadas à obesidade, como diabetes, colesterol e hipertensão, e respeitar o período para iniciar ou retomar as atividades físicas são alguns dos cuidados fundamentais para garantir um desfecho positivo da cirurgia bariátrica.
Além disso, a perda de peso não pode ser associada à garantia de mantê-lo. É preciso muito comprometimento para que o paciente possa fazer o necessário para continuar com o peso conquistado após o procedimento e, assim, manter sua saúde. Suas escolhas ajudarão a perder e manter o peso, e não apenas a cirurgia.
Com isso, é preciso ter um estilo de vida saudável ao longo da vida. Ou seja, evitar hábitos antigos e adotar novos. Após a cirurgia, quando a vida voltar a uma rotina normalizada, será mais fácil lidar com reviravoltas e períodos difíceis sem voltar aos hábitos antigos, que levaram o paciente a optar pela cirurgia. Precisamos também ressaltar que o reganho de peso pode acontecer e pode ser natural. O paciente poderá perdê-lo novamente, mas será mais trabalhoso do que no período imediato após a cirurgia. Por isso, é importante proteger o resultado após a cirurgia, evitando retomar hábitos antigos, mesmo durante períodos difíceis.
Não se engane! A saúde mental está envolvida de alguma forma na obesidade. O sobrepeso pode ser uma consequência de questões psicológicas, e a cirurgia não é garantia de que elas irão desaparecer. O acompanhamento psicológico e psiquiátrico é essencial antes e depois do procedimento.
Após a cirurgia, é necessário que o paciente tenha um acompanhamento médico e, caso sinta algo atípico, procure uma emergência. Em diversos casos, a cirurgia bariátrica pode ser a melhor saída para reduzir riscos ao longo da vida, ainda mais em um país como o Brasil, que tem uma população obesa cada vez mais numerosa.