Com a dermatologista Fernanda Souza

No verão, praticar atividades físicas ao ar livre e ir à praia sempre que sobra um tempinho na agenda são momentos especiais e revigorante, para muita gente. Mas, é preciso estar atentos com os excessos. “Um dos fatores de risco mais comum do câncer de pele é a exposição prolongada ao sol sem o uso de filtro solar, especialmente no início da tarde, quando os raios solares estão mais intensos”, alerta a nossa dermatologista Fernanda Souza.

A médica reforça esses cuidados para quem faz parte do grupo de risco para a doença: pessoas com pele e olhos claros, os albinos, os portadores de vitiligo, indivíduos com histórico de câncer na família e os pacientes que fazem uso de imunossupressores. Os pais também devem ter cautela ao levarem os filhos à praia. Isso porque, apesar dos sinais do câncer de pele surgirem mais comumente após os 40 anos de idade, a doença pode ter o seu início na infância ou juventude, com a maior exposição aos efeitos da radiação ultravioletas. “A radiação solar tem efeito cumulativo. Se a criança que foi exposta ao sol mantiver esses mesmos hábitos danosos durante a sua juventude, pode ser que a doença se desenvolva na sua vida adulta”, explica Fernanda Souza.

O câncer de pele não melanoma costuma atingir as áreas do corpo que estão mais expostas ao sol, como o rosto e o pescoço. A nossa especialista comenta que tipo de manifestação da doença representa a maioria dos casos e, geralmente, tem baixa mortalidade e alta chance de cura, no entanto, deve ser tratado assim que diagnosticado para evitar as deformações. Os sintomas são manchas, pintas ou sinais em formato assimétrico e com bordas irregulares, que se apresentam em cores diferentes e mudam de tamanho rapidamente. Essas lesões na pele podem surgir em qualquer parte do corpo, inclusive nas mucosas. “Por isso é importante as pessoas não menosprezar os sinais do corpo e ter um olhar atento às manchas novas ou outros sintomas que podem ser indicativos do câncer de pele. É preciso procurar logo um especialista, pois o diagnóstico precoce é o caminho mais seguro para a cura”, enfatiza a médica. Ela chama a atenção dos adeptos das tatuagens, pois elas podem esconder lesões e, por isso, os seus portadores devem estar sempre atentos às áreas tatuadas e buscar ajuda de um especialista, se perceberem qualquer alteração.

De acordo com os dados do INCA, o câncer de pele é o mais frequente no mundo, responsável por 27% de todos os tumores malignos no país. Por ano, são 177 mil registros de novos casos do tipo não melanoma. O diagnóstico do câncer de pele é feito por meio de exame clínico. Em alguns casos, há necessidade de o médico solicitar uma biópsia. O tratamento convencional, a cirurgia, é o mais utilizado.

Veja duas medidas de prevenção citadas pela nossa especialista:

  • Evitar a exposição prolongada ao sol, principalmente no período de 10h às 16h, além do uso adequado do protetor solar, observando sempre o fator de proteção, de acordo com a idade e tipo de pele. O produto deve ser reaplicado a cada duas horas e após o banho de mar ou nos casos de grande transpiração.
  • Nos dias de sol, é recomendável o uso de bonés, chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV e sombrinhas. Na praia, é indispensável o uso de barracas. Os lábios também devem estar protegidos com filtro solar próprio para essa área.