Com o neurologista Yuri Macedo
Já ouviu falar em cateterismo cerebral? Conheça o tratamento revolucionário que vem salvando milhões de vidas no planeta
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte no Brasil, além de deixar milhares de pessoas com sequelas, o que leva ao afastamento temporário ou definitivo do trabalho e à dependência total ou parcial de terceiros por conta das consequências do problema. O Ministério da Saúde estima 400 mil casos de AVC e mais de 100 mil óbitos por ano no Brasil. Um procedimento invasivo tem sido peça chave na mudança desse cenário e utilizado para evitar sequelas nos casos de AVCs graves: o cateterismo cerebral, conhecido também como trombectomia mecânica.
“Os pacientes submetidos à trombectomia, quando bem indicada, apresentam uma evolução muito positiva, podendo, inclusive, não manifestar sequelas após um AVC isquêmico grave”, afirma o neurologista do Hospital Badim, Yuri Macedo. O procedimento consiste na introdução de um micro cateter até a artéria do cérebro obstruída, permitindo ao hemodinamicista extrair o coágulo causador do AVC. Dessa forma a circulação cerebral é reestabelecida e o sangue volta a fluir, nutrindo a região afetada. O procedimento é semelhante ao utilizado em casos de infarto. No entanto, o tempo de atendimento é fator crucial para a eficiência desse recurso cirúrgico. “O atendimento tem que ser rápido. Quanto mais perto do evento, maior a chance de uma reversão completa dos sintomas. O procedimento deve ser realizado até no máximo 24 horas após o início dos sintomas. Dessa forma, o índice de sequelas com o tratamento é de apenas 7%, ou seja, três vezes menor que o habitual”, explica o especialista. Por esse motivo, é importante reconhecer os sinais clássicos do AVC: paralisia ou dormência de um lado do corpo, dificuldade súbita de falar, visão turva, confusão mental e falta de coordenação motora.
Por mês, o Hospital Badim recebe em torno de 10 pacientes com sintomas de AVC. “Como temos uma infraestrutura avançada, com um setor de hemodinâmica de ponta e equipe multidisciplinar capacitada e que segue protocolos rígidos, conseguimos vencer um dos maiores desafios no atendimento ao paciente de AVC: o tempo. Chegar com o paciente na mesa de cirurgia cumprindo todas as etapas da assistência é o que define a sua condição de saúde no futuro”, destaca o médico, que considera a trombectomia mecânica uma das mais importantes inovações da atualidade.