Com o ortopedista Pedro Badim
Estudo global realizado pela Universidade de Harvard (EUA) aponta para um dado alarmante: o número anual estimado de fraturas de quadril deve dobrar nos próximos 30 anos. Os pesquisadores levaram em consideração a incidência de fraturas da região e as principais causas, em pacientes do sexo masculino e feminino, a partir dos 50 anos, compreendendo o período de 2005 a 2018, em 19 países.
A condição debilitada de saúde física, caracterizada pela fratura na região do colo do fêmur, está relacionada com a osteoporose, principal doença que leva a perda de massa óssea, além da expectativa de vida crescente da população, com mortalidade significativa entre idosos. O estudo aponta ainda que há uma carência nutricional e falta de exercícios físicos entre a população alvo.
No entanto, a osteoporose é a principal causa determinante da fratura de quadril, em especial na terceira idade. Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose, a doença afeta 200 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, são 10 milhões de pessoas com perda progressiva de massa óssea.
Em idosos com a doença, atividades simples de rotina como mudar de posição na cama, levantar da cadeira ou caminhar podem levar a fraturas no quadril. As mulheres são as mais afetadas, por causa da queda na produção de hormônios, sobretudo a partir da menopausa. No entanto, os pesquisadores de Harvard estimam um aumento significativo no número de fraturas de quadril nos homens nas próximas décadas.
De acordo com o ortopedista Pedro Badim, coordenador do nosso serviço de Ortopedia, é preciso cuidar da saúde óssea desde o início da vida adulta, pois o problema pode levar ao óbito e a perda da mobilidade, gerando impacto na qualidade de vida e no estado emocional do paciente. “Idade avançada, baixa densidade óssea no colo do fêmur, tabagismo, perda de altura e peso, uso de antidepressivos, infarto ou angina, hipertireoidismo e Mal de Parkinson estão relacionados com aumento do risco de fratura no quadril”, diz o especialista. Pedro acrescenta que a baixa ingestão de proteínas é prejudicial para o fortalecimento ósseo.
O ortopedista diz que medidas de prevenção devem ser adotadas para manter a densidade óssea, com o intuito de evitar quedas bruscas. “Para fortalecer os ossos, mantenha elevados os níveis de cálcio e vitamina D, tome banho de sol antes das 10h e depois das 16h, não fume e não abuse do álcool. Manter o peso ideal e praticar exercícios de força na atividade física também é fundamental. E como não poderia deixar de ser, faça da alimentação uma grande aliada, garantindo nutrientes essenciais, no consumo de vegetais, frutas e grãos, ricos em magnésio e fósforo”, complementa Pedro Badim.