Com o cirurgião bariátrico Guilherme Cotta
Os marcadores da obesidade dispararam em um ano entre os jovens brasileiros. O estudo ‘Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia’, Covitel/Ministério da Saúde, faz o acompanhamento anual deste índice. A publicação, divulgada esse ano, revela um aumento de quase 90% de pessoas com obesidade entre 18 e 24 anos. Em 2021, 9% dos entrevistados nesta faixa-etária apresentavam índices de massa corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/cm². Já na pesquisa divulgada esse ano, mas referente a 2022, revela que a obesidade afeta 17,1% das pessoas ouvidas nesta mesma idade. Quais motivos podem estar por trás desses números tão alarmantes?
“A combinação que leva à obesidade é se alimentar mal, beber e fumar mais e não praticar atividades físicas regulares. É necessário prestar muita atenção nos exageros comuns entre esse grupo. Por ter uma vida mais agitada, a tendência é o jovem consumir mais alimentos ultraprocessados em detrimento das frutas, verduras e legumes, beber mais refrigerantes no lugar do suco e ainda ter poucas horas de sono. Esses fatores separadamente já são um convite ao excesso de peso, imagina em um jovem que não consegue desenvolver nenhum hábito alimentar saudável”, alerta o nosso cirurgião bariátrico, Guilherme Cotta.
Segundo o levantamento, menos da metade da população se alimenta com verduras, legumes e frutas pelo menos cinco vezes na semana. Esse é um dos fatores que pode justificar mais da metade da população brasileira (56,8%) estar com excesso de peso. O especialista chama a atenção para outro fator relevante. “Com o tempo, o jovem obeso pode desenvolver problemas de saúde associados a essa condição, como hipertensão arterial, diabetes e depressão”, elenca.
Cotta cita dois importantes aliados na prevenção da obesidade: dieta saudável e prática regular de exercícios físicos. “Os hábitos saudáveis são fundamentais para combater o excesso de peso e todas as doenças associadas, mas também é importante ressaltar que há pacientes que apresentam distúrbios alimentares, como compulsão e ansiedade por comida. Para essas pessoas, há necessidade do uso de medicamentos para tratar esse problema”, afirma.
Para quem não consegue esse controle, a saída pode ser a cirurgia bariátrica e metabólica. “Ela é um dos tratamentos da obesidade e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal, mas é indicada para os casos considerados mais severos”, argumenta o especialista.
O Hospital Badim conta com um serviço de referência na área, que realiza a operação por videolaparoscopia e o acompanhamento é feito pelo Núcleo de Tratamento da Obesidade Mórbida (Nutom), por meio de uma equipe multidisciplinar formada por cirurgião, nutricionista, endocrinologista, clínico, fisioterapeuta e psicólogo.