Com o gastroenterologista Rodriguo Rodrigues
Os hábitos nada saudáveis, obesidade, jejum prolongado, alimentação desregrada, uso de determinados medicamentos, predisposição genética e alterações emocionais, estão entre os principais vilões dos problemas gastrointestinais. Por sua vez, esses problemas costumam causar azia, náuseas, refluxo gástrico, constipação, diarreia e dor abdominal, que muitas vezes são resolvidos com remédios caseiros. Mas o gastroenterologista do nosso setor de endoscopia digestiva, Rodriguo Rodrigues, faz um alerta: “A automedicação nesses casos pode mascarar sinais de doenças graves ou provocar infecções intestinais”.
Esse tema ganha destaque nesse mês de maio, em função do Dia Mundial da Saúde Digestiva (29), criado para reforçar a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce das doenças do trato gastrointestinal. “Quando o paciente negligencia essas doenças, ele está prejudicando sua qualidade de vida porque as doenças gastrintestinais representam uma porta aberta para outros problemas sérios de saúde, a médio e longo prazos, levando o paciente para intervenções cirúrgicas e tratamentos complexos. Por isso que a prevenção é fundamental”, enfatiza Rodrigues.
Além do histórico familiar do paciente e exame físico e laboratorial, os especialistas dispõem, hoje em dia, de alta tecnologia para detectar de forma precoce os distúrbios gastrointestinais, como o ultrassom, tomografia, endoscopia e colonoscopia. “Quem tem mais de 45 anos, por exemplo, é vital fazer periodicamente o exame de colonoscopia, pois esse procedimento é o mais eficaz na detecção do câncer de intestino”, afirma o nosso médico.
Rodrigues acrescenta que, além dos sintomas clássicos, os problemas do aparelho digestivo podem causar tosse seca, dor no peito, sinusite, asma, dor de cabeça, déficit de atenção e lesões na pele. “Esses sintomas podem indicar outros tipos de doenças, por isso é tão importante a avaliação médica. A automedicação pode resolver paliativamente esses sinais, mas encobre o problema, que vai evoluindo no organismo. A realização de exames é vital para evitar complicações no futuro”, diz ele.
O nosso gastroenterologista comenta ainda a importância de adotar bons hábitos alimentares, evitando o consumo excessivo de cafeína, itens gordurosos e refeições volumosas. “Outro hábito que faz muita diferença é manter os intervalos adequados entre as refeições, além da boa hidratação”, diz ele. A higienização correta dos alimentos também é uma das medidas essenciais de prevenção. “As doenças digestivas, como a infecção pela bactéria H. Pylori ou pelo vírus da hepatite A, geralmente ocorrem por meio da água e alimentos contaminados”. Em relação ao sedentarismo, Rodrigues enquadra o problema entre os fatores de risco da constipação intestinal crônica.
O médico cita outro bom motivo para cuidar da saúde digestiva: o fortalecimento do sistema imunológico. “As células de defesa estão presentes no intestino, isso quer dizer que se essa região for afetada por alguma doença, automaticamente a imunidade do indivíduo vai ficar vulnerável”, explica.