Com o neurologista Yuri Macedo 

Você já sentiu dor de cabeça? Saiba que você não está sozinho, por sinal, a cefaleia é um dos problemas de saúde mais frequentes entre os brasileiros. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, 95% da população já sentiu ao menos uma vez na vida essa dor que acomete principalmente as mulheres, mas não escolhe faixa etária e nem nível social. No Brasil, cerca de 140 milhões de pessoas convivem com a enfermidade, de acordo com a entidade. A disfunção pode vir acompanhada de sintomas como vômito, náuseas, quedas e tremores nas pálpebras, sensibilidade à luz, cheiros e sons, irritabilidade e tontura. 

“Saber entender e descrever os sintomas é de suma importância, pois dentre tantos tipos de dor de cabeça, alguns podem ser indicativos de doenças graves”, alerta o neurologista do nosso hospital Badim, Yuri Macedo. Segundo o especialista, uma dor de cabeça muito intensa ou associada a febre e outras alterações neurológicas, como dormência, convulsão, sonolência e alterações visuais, necessitam de investigação imediata. Ele acrescenta que existem dores de cabeça, como a enxaqueca e a cefaléia tensional, não decorrentes de outras condições de saúde, e que podem trazer grande prejuízo à qualidade de vida, “mas em geral, não colocam a vida do paciente em risco. Já as dores relacionadas a outras causas, podem oferecer grande risco, pelo fato de poderem estar relacionadas a doenças como AVC hemorrágico, meningite ou tumor cerebral. Por isso, os sinais de alerta devem ser rapidamente identificados”, destaca o nosso neurologista.

Dentre os mais de 200 tipos de cefaleias, o médico especifica a conhecida enxaqueca. “É um tipo de cefaleia que normalmente provoca uma dor pulsátil, uni ou bilateral, associada a sintomas como sensibilidade à luz, intolerância a sons, enjoos e vômitos. Para o diagnóstico da enxaqueca, existem critérios clínicos e a exclusão de outros tipos de dor de cabeça se faz necessária”, diz ele. Já as dores provenientes da Disfunção Temporomandibular (DTM), acontecem por conta de uma contração, por vezes voluntária, da musculatura mastigatória. “O quadro pode gerar dor intensa e crônica, podendo haver o desgaste das estruturas ósseas da articulação temporomandibular”, explica Yuri Macedo.

O tratamento da doença depende de fatores como histórico clínico, tipo de cefaléia e a intensidade da dor. “No geral, em casos sem gravidade e complicações, é indicado medicamentos analgésicos e orientação de um estilo de vida mais saudável para evitar os gatilhos da dor de cabeça. No entanto, é importante o especialista avaliar cada caso e indicar o tratamento mais adequado. Em casos de dores fortes, a recomendação é procurar a emergência”, acrescenta o neurologista.