Com o oncologista Paulo Sérgio Perelson e a psicóloga Helena Camarinha
Um estudo divulgado esse mês pela Fundação do Câncer mostra que, se o brasileiro não mudar hábitos em relação ao tabagismo, é previsto um aumento de mais de 65% na incidência e de 74% na mortalidade da doença até 2040. O nosso oncologista, Paulo Sérgio Perelson, relaciona uma série de dados e comprovações científicas visando incentivar o fumante a deixar esse vício no passado.
O médico lembra que o uso do tabaco lidera as causas de mortes evitáveis no planeta, além de estar entre os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, principalmente o câncer de pulmão. “O ex-fumante sempre vai ter um risco de morte maior do que um não fumante”, avalia o nosso oncologista. Perelson explica que quanto mais cedo o fumante deixar o vício, mais chances ele tem de reduzir os riscos de mortalidade e do surgimento de doenças associadas, como as doenças respiratórias, os cânceres, acidentes vasculares cerebrais, infarto, entre outras. “A partir dos 35 anos de idade, o fumante fica mais suscetível aos males do cigarro e tem maior risco de comprometimento da sua saúde”, afirma.
O especialista enumera os benefícios imediatos para quem consegue vencer o vício do cigarro: “A frequência cardíaca do ex-fumante tende a se estabilizar em 20 minutos após ele parar de fumar; em 12 horas, o nível do monóxido de carbono no sangue tende normalizar; o olfato e o paladar vão ficando mais apurados dois dias após a pessoa parar de fumar e em três semanas a respiração também melhora sensivelmente”.
A nicotina, presente nos derivados do tabaco, é considerada uma droga pelo Ministério da Saúde por possuir propriedades psicoativas que ao ser inalada provoca alterações no sistema nervoso central, que por sua vez interfere nos estados emocional e comportamental do usuário, além de provocar dependência. “Por isso é tão difícil parar de fumar. O fumante precisa de acompanhamento profissional nesse processo, para não desenvolver uma crise de abstinência que o leva a ficar nesse ciclo de dependência. Além desse fator, ele também defronta com desconfortos físicos e psicológicos desafiadores”, avalia o nosso oncologista.
Passos para se livrar do vício de fumar
Na avaliação da nossa psicóloga, Helena Camarinha, o hábito de fumar está relacionado, na maioria das vezes, com as emoções e situações cotidianas, servindo de válvula de escape. “Por isso é tão complicado para o fumante abandonar o cigarro, mesmo sabendo de todos os males que ele causa”, diz ela. Para Camarinha, abandonar o vício requer o desejo interno e a busca por mudança no estilo de vida. “O apoio e incentivo dos familiares e amigos é fundamental nesse momento porque ameniza psicologicamente os efeitos da abstinência e outras reações que naturalmente o fumante vai sentir no corpo”, destaca.
A nossa psicóloga enumera alguns passos que podem ajudar nesse processo:
- Pratique atividade física de forma regular, o que vai ajudar na produção e liberação de hormônios prejudicados pelo uso do cigarro;
- Reduza o consumo de bebida alcoólica e do café, que são hábitos associados ao uso do cigarro e que podem servir como gatilho;
- Sempre que tiver vontade de fumar, pense no seu futuro: escreva em um papel a sua meta e volte sempre que necessário a essa leitura;
- Busque uma terapia, seja ela online ou presencial;
- Mantenha o pensamento positivo, seja paciente consigo mesmo e comemore cada conquista dentro da sua meta, assim você está reconhecendo o seu esforço e se fortalecendo para alcançar o objetivo final.