Com a pneumologista Simone Lamas
A chegada da nova estação suscita velhos hábitos: retirar do armário os casacos e cobertores. É nesse ponto que reside um dos principais fatores de risco da asma. “Além da mudança climática, que por si só pode ser gatilho para crise asmática, as pessoas no inverno tendem a ficar a maior parte do tempo em locais fechados e expostas a alérgenos, como ácaros, acumulados em roupas guardadas por muito tempo no armário”, ressalta a nossa pneumologista, Simone Lamas.
A asma, segundo a médica, afeta a qualidade de vida do seu portador, em função dos seus sintomas clássicos: sibilos (chiado), falta de ar, aperto no peito, tosse seca e cansaço físico. “Nesse período do ano, é importante atentar a sinais como produção excessiva de secreção nasal, pigarro e dificuldade para respirar. O recomendado é consultar um pneumologista assim que perceber esses sintomas, para que o tratamento possa ser iniciado de forma imediata e, assim, evitar uma crise”, frisa a médica.
A doença crônica é uma das mais frequentes no país e representa um dos motivos mais comuns de afastamento do trabalho e da escola. O Ministério da Saúde estima que 10% da população tenha traço genético da asma e indícios de rinite alérgica, o que significa que cerca de 20 milhões de brasileiros enfrentam esse problema de saúde, que também responde por 350 mil internações anuais por complicações decorrentes do problema. É devido a esse fato, que é celebrado em 21 de junho o Dia Nacional de Controle da Asma, com o objetivo de conscientizar sobre a prevenção e o controle da enfermidade.
“O asmático tem mais dificuldade de expirar do que inspirar, o que causa um grande desconforto e a sensação constante de sufocamento e, consequentemente, leva a um esgotamento físico. Isso acontece porque o ar viciado fica retido nos pulmões, provocando essa sensação. A inflamação das vias respiratórias também causa o estreitamento dos brônquios, que são os canais que levam ar até os pulmões, dificultando a passagem do ar e provocando contrações ou broncoespasmos”, explica a nossa especialista.
Além das situações já citadas, a pneumologista enumera outras condições que podem provocar ou agravar a crise asmática: contato com alérgicos como pó domiciliar, fungos, polens, pelo e saliva de animais; infecção respiratória viral; agentes irritantes como fumaça, principalmente de cigarro, poluição e aerossóis; alteração emocional; determinados medicamentos e excesso de esforço físico.
A nossa médica também esclarece que o tratamento da asma é feito por meio de medicamentos específicos, que minimizam os sintomas e reduzem o número de crises. Simone Lamas enfatiza que é vital a pessoa com asma praticar atividades físicas regulares, assim como adotar medidas de prevenção.
Veja as recomendações da especialista:
- Mantenha o ambiente doméstico livre de poeira, principalmente o quarto;
- Remova objetos que podem acumular poeira: cortinas, tapetes, carpetes;
- Opte por roupas de cama de materiais antialérgicos;
- Se usar aquecedor, deixe no ambiente uma bacia d´água ou toalha molhada;
- Na hora de retirar as roupas de frio do armário, procure lavá-las antes de colocar em uso ou as coloque para pegar ar, antes de utilizá-las;
- Mantenha uma boa hidratação;
- Identifique e analise os seus gatilhos, para que possa evitar os fatores de risco.