Com o ortopedista Pedro Badim

Um estudo global realizado pela Universidade de Harvard (EUA) revela um dado preocupante: os casos de fraturas de quadril devem dobrar até 2050. O alerta ganha maior notoriedade este mês com o Dia Mundial de Prevenção de Quedas, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de atingir todas as idades, os idosos são os mais propensos às quedas.

O levantamento mostra que a osteoporose é a principal causa das fraturas de quadril em pacientes com mais de 50 anos. “A osteoporose é uma condição caracterizada pela perda progressiva de massa óssea e afeta cerca de 200 milhões de indivíduos no mundo, incluindo 10 milhões de brasileiros. O paciente portador dessa doença ósseo-metabólica fica vulnerável aos riscos de fraturas, especialmente idosos. A crescente expectativa de vida é um fator agravante desse cenário”, explica o ortopedista Pedro Badim, responsável pelo setor no Hospital Badim.

A carência nutricional e a falta de exercícios físicos regulares entre a população idosa são as condições apontadas no estudo como principais responsáveis pela fragilidade óssea. Em idosos com osteoporose, atividades simples, como mudar de posição na cama, levantar de uma cadeira ou caminhar, podem resultar em fraturas de quadril.

Por conta da menopausa, que reduz a produção de hormônios, as mulheres são as mais afetadas pelo problema, porém, os pesquisadores preveem um aumento significativo no número de fraturas de quadril entre homens nas próximas décadas. Nos últimos 15 anos, a osteoporose na classe masculina tem alcançado índices maiores de casos, especialmente de fraturas por fragilidade. “O homem tem ossos mais fortes, mas a perda gradativa de elementos minerais, a queda na produção de testosterona e os maus hábitos de vida estão os vilões desse novo cenário para os homens. Esses fatores juntos contribuem para os ossos ficarem mais finos e frágeis”, esclarece o médico.

Pedro Badim enfatiza a importância de cuidar da saúde óssea desde o início da vida adulta. “A idade avançada, baixa densidade óssea no colo do fêmur, tabagismo, perda de altura e peso, uso de antidepressivos, infarto ou angina, hipertireoidismo e  a Doença de Parkinson estão relacionados com o aumento do risco de fratura no quadril”, cita o especialista. O ortopedista acrescenta que a baixa ingestão de proteínas é prejudicial para o fortalecimento ósseo.

Para prevenir essas fraturas, o médico recomenda adotar medidas que mantenham a densidade óssea. “Para fortalecer os ossos, mantenha elevados os níveis de cálcio e vitamina D, tome banho de sol antes das 10h e depois das 16h, não fume e não abuse do álcool. Manter o peso ideal e praticar exercícios de força também é fundamental. E, como não poderia deixar de ser, faça da alimentação uma grande aliada, garantindo nutrientes essenciais através do consumo de vegetais, frutas e grãos, ricos em magnésio e fósforo”, orienta.