Com a infectologista Sabrina Soares

Fique atento a essas manifestações: cansaço, febre, mal estar, tontura, enjoo, vômitos e dor abdominal. Os sintomas, muitas vezes confundidos com outras doenças, podem ser o alerta inicial das hepatites virais, infecções que atingem o fígado e necessitam de um diagnóstico precoce para que o tratamento seja eficaz e não haja complicações. “Por isso, é muito importante estar com os exames regulares em dia. É através desse check-up, feito entre 6 e 12 meses, que descobrimos esse tipo de problema de saúde e muitos outros,” afirma a infectologista do Hospital Badim, Sabrina Soares.

Qualquer inflamação no fígado é classificada como um tipo de hepatite. O órgão faz parte do sistema digestivo e é responsável pela desintoxicação do organismo. A enfermidade pode ser causada por vírus, uso de determinados medicamentos, excesso de álcool e/ou drogas, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. As lesões se apresentam de forma leve, moderada ou grave.

Julho Amarelo

A campanha Julho Amarelo é dedicada à conscientização sobre as hepatites virais, chamando a atenção da população para os primeiros sinais da doença. “Além dos sintomas iniciais que já mencionamos, é importante estar atento aos sinais mais avançados da doença, como pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, afirma Sabrina.

Práticas simples podem proteger contra os tipos de hepatites, doença que atingiu mais de 748 mil pessoas no ano passado, conforme dados oficiais, sendo as hepatites C e B as mais comuns entre os brasileiros. “A hepatite A, por exemplo, pode ser evitada com hábitos de higiene adequados, como lavar as mãos frequentemente, principalmente antes de tocar nos alimentos, e consumir apenas água tratada. Já o tipo C da doença exige cuidados específicos, como o uso de preservativos em relações sexuais, não compartilhar objetos de uso pessoal e exigir materiais esterilizados em procedimentos médicos e odontológicos, de manicure e tatuagem,” explica a especialista.

Segundo a infectologista, o tratamento da hepatite A é o mais simples: “resolve com repouso e cuidados alimentares”. Já no caso da hepatite C, é necessário o uso de medicamentos específicos, que podem apresentar uma taxa de cura superior a 95%. A hepatite B, ainda de acordo com Sabrina, ainda não tem cura, mas pode ser controlada com medicamentos que reduzem o risco de complicações. A médica lembra que manter a carteira de vacinação em dia é fundamental para prevenir a doença.