Neurocirurgião Júlio Thomé alerta para os riscos do colesterol alto

“O excesso de gordura no sangue, que já começa a ser metabolizado a partir da primeira infância, vai se acumulando no organismo ao longo da vida”. A frase do neurocirurgião Júlio Thomé, que atua no nosso hospital, alerta para um dos problemas de saúde mais comuns entre os brasileiros: a dislipidemia, que na linguagem popular quer dizer excesso de colesterol e triglicérides no sangue. 

“O colesterol é essencial para a integridade das membranas celulares, além de ser a matéria-prima para a produção de hormônios e da vitamina D. Mas, o nível elevado de LDL (lipoproteína de baixa densidade) no sangue, o chamado ‘colesterol ruim’, permite que o excesso de colesterol possa ficar depositado nas paredes das artérias, contribuindo para a formação de placas de gordura com o tempo, o que, por sua vez, também cria condições para a formação de trombos e coágulos. Essas formações restringem o fluxo sanguíneo, o que pode ter como resultado final um infarto cardíaco ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, explica o médico.

“Além disso, o aumento da viscosidade do sangue sobrecarrega o sistema circulatório, exigindo maior esforço para o funcionamento adequado do corpo”, destaca o especialista. Um dos principais sintomas do colesterol elevado é o cansaço constante, causado pela redução na eficiência do fluxo sanguíneo.

Exames 

A detecção do colesterol alto é relativamente simples, realizada através de um exame de sangue de rotina. “Na consulta realizada aqui no Hospital Badim, solicitamos um exame de sangue para avaliar os níveis de colesterol, que pode ser realizado no nosso laboratório. Se os resultados indicarem valores alterados, indicamos exames de imagem como o doppler de carótidas e vertebrais, ecocardiograma, tomografia, angiotomografia, angiografia digital, ressonância magnética, para avaliar possíveis complicações e o estado das artérias e seus fluxos e obstrução. Esses procedimentos também podem ser realizados na nossa unidade hospitalar”, afirma o médico. 

“É muito importante destacar que o tratamento inicial para controlar o colesterol alto envolve mudanças no estilo de vida alimentar, com uma dieta balanceada, rica em alimentos naturais e livre de produtos ultraprocessados, e a prática regular de atividade física e esportes”, enfatiza o médico. Em casos mais agudos, a prescrição de medicamentos, como as estatinas, é necessária para reduzir o colesterol LDL no sangue e evitar complicações graves.