A artrose é uma condição que afeta mais de 30 milhões de brasileiros acima dos 50 anos de idade e, até 2025, a estimativa é que a doença atinja um bilhão de pessoas. O problema é proveniente da degeneração das articulações em função do envelhecimento, resultando na degradação da cartilagem, que é o tecido responsável por amortecer o contato entre os ossos. Se por um lado o número de casos dessa enfermidade vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, por outro as técnicas de cirurgias minimamente invasivas vêm despontando como opção segura, rápida e confortável para esses pacientes. 

Pedro Badim, coordenador do setor de Ortopedia no nosso hospital, explica que um dos primeiros sinais da artrose é a sensação de estalos ou “areia” nas articulações, geralmente nos joelhos, quadris, ombros e coluna. Esses sintomas podem evoluir para dor persistente, perda de força muscular e redução da mobilidade. 

“Adotamos técnicas e procedimentos minimamente invasivos que visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes, com foco no controle da dor e recuperação da mobilidade. Esses procedimentos são realizados de forma segura, com alta precisão e menos impacto em comparação com as cirurgias tradicionais”, destaca o especialista. Uma das medidas mais importantes no tratamento da artrose, de acordo com o nosso ortopedista, é o fortalecimento muscular, considerado o ‘padrão ouro’ pela Academia Americana de Ortopedia e Cirurgia do Joelho. “Embora a cartilagem, os ligamentos e os ossos sejam difíceis de regenerar, a musculatura pode ser fortalecida, o que alivia a pressão sobre as articulações e retarda a evolução da doença”, esclarece. 

Segundo o médico, atividades como yoga, hidroginástica e o uso de aparelhos de musculação são recomendadas, sempre respeitando os limites de cada paciente e optando por exercícios de baixo impacto.

Procedimentos minimamente invasivos

“Quando o fortalecimento muscular e os tratamentos medicamentosos não são suficientes para controlar a dor ou a evolução da artrose, lançamos mão dos procedimentos minimamente invasivos”, afirma Pedro Badim. Uma das primeiras técnicas adotadas nesses casos é a infiltração. “Essa terapia envolve a aplicação de medicamentos diretamente na articulação afetada para aliviar a dor e reduzir a inflamação. É um método seguro e eficaz, especialmente nas fases iniciais da doença”, diz o médico.

Já a rizotomia é mais indicada para pacientes com dor crônica, segundo o ortopedista. “É um procedimento que causa lesões térmicas nos nervos que conduzem a sensação de dor até o cérebro. Dessa forma, conseguimos bloquear a dor nas articulações afetadas”, conta o especialista. Nos casos em que o joelho é a parte afetada, Pedro cita a cirurgia robótica como o melhor caminho. “Para aquele paciente que apresenta deformidades mais graves nesse membro, a cirurgia robótica é uma excelente opção, porque oferece alta precisão para alinhar o membro inferior e auxiliar na escolha da prótese mais adequada, garantindo um resultado cirúrgico mais eficaz”.

A cirurgia endoscópica da coluna é uma opção menos invasiva para tratar problemas como a hérnia de disco. “Utilizando um endoscópio, o cirurgião consegue acessar a área afetada sem a necessidade de grandes incisões, reduzindo o tempo de recuperação e os riscos de complicações”, descreve o nosso médico. 

Tecnologia diagnóstica

Pedro Badim enfatiza que o diagnóstico correto da artrose é fundamental para o sucesso do tratamento. Segundo o médico, a radiografia é o primeiro exame solicitado para avaliar o grau de desgaste nas articulações. No caso de tratamentos cirúrgicos, como a cirurgia robótica de joelho, a precisão do exame de imagem é essencial para planejar a melhor abordagem.

“O nosso Centro Avançado de Imagem nos ajuda muito na complementação das avaliações clínicas e no encaminhamento seguro para os procedimentos minimamente invasivos porque permite diagnósticos precisos. Esse fato assegura que o paciente tenha a terapia mais adequada ao seu quadro de saúde, personalizado às suas necessidades”, destaca o especialista, acrescentando que é preciso levar em consideração o grau de desgaste articular, comorbidades, estilo de vida, dentre outros fatores.