No dia 25 de agosto, a economista Patrícia Nascimento da Silva, de 50 anos, viveu um episódio que poderia ter mudado sua vida para sempre. Com histórico de dores de cabeça frequentes, Patrícia associava o sintoma à hipertensão, e, com uma filha autista de 10 anos, priorizou o cuidado com a pequena Bia, adiando os exames de rastreio recomendados pelos médicos. Nesse dia, a economista teve uma dor intensa, concentrada no lado esquerdo da cabeça, que a fez procurar a emergência do nosso hospital, onde foi rapidamente realizada uma angiotomografia. O resultado: um AVC hemorrágico por aneurisma.

Graças à rapidez e à precisão da nossa equipe neurocirúrgica e a implementação do Protocolo de Stroke, Patrícia foi submetida a uma cirurgia de emergência que não só evitou sequelas, como também revelou um segundo aneurisma, tratado em segundo tempo cirúrgico no início de setembro. “Sou muito grata a toda a equipe do Dr. Júlio Thomé porque eles me salvaram. Fizeram tudo com uma agilidade que nos deixou impressionados e aliviados”, conta Patrícia, que agora vem cuidando preventivamente da sua saúde. 

O caso da economista evidencia a eficácia e a importância do Protocolo de Stroke em uma emergência, vital na recuperação de pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC). O AVC é uma das principais causas de morte no Brasil. Somente no primeiro semestre deste ano, a doença vitimou 50.133 brasileiros, de acordo com dados do Portal da Transparência do Centro de Registro Civil.

Além dessa estatística alarmante, o AVC também é responsável por incapacitações graves que impactam diretamente o paciente e seus familiares que na maioria das vezes, passam a necessitar de terapias prolongadas e permanentes, como fisioterapia, fonoaudiologia, assim como realizar adaptações em casa para lidar com as limitações físicas e cognitivas que a doença pode deixar.

Agilidade e eficiência

O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico e ambos exigem um atendimento ágil e especializado para minimizar danos ao cérebro e prevenir sequelas permanentes. “Aqui na nossa unidade hospitalar, implantamos o Protocolo de Stroke que tem se mostrado fundamental para garantir esse tipo de assistência”, afirma o neurocirurgião Júlio Thomé, responsável pelo serviço. Baseado em diretrizes nacionais e internacionais, o protocolo visa atender pacientes no menor tempo possível, dentro de uma janela de quatro horas após os primeiros sintomas, período que o cérebro suporta a interrupção do fluxo sanguíneo sem gerar sequelas ao paciente. Após esse tempo, cada minuto reduz significativamente as chances de recuperação sem danos ao cérebro.

Dr. Júlio Thomé

A nossa equipe responsável pelo Protocolo de Stroke é composta por seis neurocirurgiões altamente capacitados – dois neurologistas e a equipe clínica de emergência -, prontos para diagnosticar e agir a qualquer momento. Quando o paciente chega à emergência com suspeita de AVC, os médicos realizam exames físicos e de imagem, de forma imediata. Se o caso estiver dentro de uma janela de tempo de quatro horas, uma medicação trombolítica é administrada para dissolver o coágulo. Se o paciente chega fora desse prazo, ou a causa é por obstrução mecânica das artérias cerebrais, o protocolo prevê o uso de cateterismo e trombectomia mecânica para remover o trombo, com uma janela de atendimento de até 12 horas. Se o caso for de um AVC hemorrágico por ruptura de aneurisma ou malformações vasculares, o paciente é submetido a tratamento neurocirúrgico imediato. “Para nós, o tempo significa a sobrevivência do cérebro e cada segundo conta”, frisa Júlio Thomé. 

Therezinha Pina Pires, de 84 anos, chegou ao nosso hospital dentro da ‘janela’ de quatro horas. Hipertensa, a idosa começou a se sentir mal e no mesmo dia foi levada pela família para o hospital. A filha notou que a mãe não conseguia realizar tarefas simples, como encaixar a embalagem do aparelho de pressão, e percebeu que a boca de Therezinha estava levemente torta. “Ela não queria ir para o hospital, mas a família toda insistiu e ela acabou concordando. Foi sorte, pois o diagnóstico foi de AVC isquêmico”, conta Olga Pires.

Menos de uma hora após o início dos sintomas, a idosa estava no Centro de Terapia Intensiva (CTI), passando por exames específicos, incluindo ressonância magnética e angiotomografia. Assim como Patrícia, ela não teve sequelas. “Achei muito importante a rapidez com que levaram minha mãe ao CTI e estabilizaram o quadro dela. Logo depois, ela já estava sendo monitorada e em segurança”, relata a filha.