Pesquisa recente revelou um panorama preocupante sobre os hábitos de saúde da população brasileira. De acordo com o levantamento ‘Mais dado, mais saúde’, realizado pelas organizações Vital Strategies e Umane, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e com apoio do Instituto Devive e da Resolve to Save Lives, muitos brasileiros ainda negligenciam cuidados básicos com a própria saúde.

Sabrina Soares: “a automedicação pode mascarar sintomas importantes, atrasar o diagnóstico correto e causar efeitos colaterais perigosos”.
O estudo entrevistou 2.458 adultos em todo o Brasil entre agosto e setembro de 2024 e apontou que 35,1% da população pratica automedicação e 34,6% evita procurar ajuda médica, acreditando que seus problemas de saúde não são graves o suficiente para justificar uma consulta. O hábito de tomar remédios por conta própria pode parecer inofensivo à primeira vista, mas especialistas alertam para os riscos sérios que isso representa. “A automedicação pode mascarar sintomas importantes, atrasar o diagnóstico correto e causar efeitos colaterais perigosos, além de provocar intoxicações, reações alérgicas, dependência química e um dos grandes desafios da saúde pública que é a resistência a antibióticos”, afirma a infectologista do nosso hospital, Sabrina Soares. A médica destaca ainda que tomar remédios por conta própria, sem acompanhamento médico é uma atitude que pode impactar diretamente o sistema de saúde, uma vez que provoca aumento da demanda por atendimentos de emergência e internações devido a complicações como intoxicações e reações adversas.
Ela explica que a automedicação pode até provocar um resultado positivo imediato, mas certamente irá atrasar o diagnóstico de patologias mais sérias. “A dor, febre, cansaço, irritabilidade, por exemplo, são sinais que o corpo dá de que há algo errado e que merece cuidado”, sinaliza Sabrina.
Analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos, relaxantes musculares e ansiolíticos são os medicamentos mais usados por conta própria, de acordo com o levantamento do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ). Nossa infectologista alerta que o uso dessas medicações sem prescrição médica pode agravar a condição clínica do paciente, e aumentar a resistência bacteriana. “Não se deve parar a medicação antes do que foi recomendado pelo médico, exceto se tiver reação, nem tampouco tomar mais dias que o recomendado. Há pessoas que resolvem se automedicar com a ‘sobrinha’ do medicamento que o médico indicou ou mesmo tentar comprá-lo sem receita só porque obteve uma melhoria do seu estado de saúde. Essa automedicação ao invés de salutar pode causar inúmeras complicações de saúde e até levar à morte”, alerta a nossa infectologista.
Portanto, ao sinal de qualquer sintoma diferente, não se automedique. Procure ajuda médica e, em casos mais graves, vá direto à Emergência. Cuide da sua saúde!