Famosas como Paolla Oliveira e Yasmin Brunet já se pronunciaram e deram entrevistas sobre um problema que afeta cerca de 10% das mulheres em todo o mundo: o lipedema. Muitas vezes confundido com celulite, o problema é causado pelo acúmulo de gordura, mais comumente nas pernas e braços.

A doença foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019. Três anos depois foi incluída no manual de Classificação Internacional de Doenças (CID), o que é positivo para diagnóstico, registro, tratamento e mais estudos a respeito, já que é uma doença ainda recente para todos.

De acordo com o cirurgião vascular Antônio de Freitas, o lipedema não tem cura. Seu diagnóstico é predominante clínico, mas o ultrassom pode auxiliar a dimensionar a extensão da doença

De acordo com o angiologista e cirurgião vascular do nosso hospital, Antônio Joaquim de Freitas, “o lipedema é uma patologia crônica e progressiva que causa um acúmulo anômalo de gordura no tecido subcutâneo, principalmente nas pernas  provocando dor na região afetada. Essa condição possui causa genética e atinge principalmente mulheres em idade produtiva devido a fatores hormonais durante a puberdade, gravidez e menopausa. O uso de anticoncepcionais também afeta a distribuição da gordura corporal desencadeando ou agravando o lipedema, embora a causa exata ainda não seja totalmente conhecida”, complementa o médico.

“Esse aumento de gordura se dá geralmente abaixo da cintura, porém sem atingir os pés, o que leva, principalmente, a problemas estéticos e psicológicos, como ansiedade. Com isso, a pessoa acaba ganhando peso e piorando sua condição clínica, tornando-se mais suscetível a lesões articulares e, em casos mais avançados, a dificuldade na marcha e consequente atrofia muscular”, explica o especialista.

Há quatro estágios diferentes para o quadro clínico, de acordo com condição e sintomas, como desconforto, cansaço, inchaço, hematomas frequentes e dor local. “Seu diagnóstico é predominante  clínico, mas o ultrassom pode ajudar no dimensionamento a extensão do problema”, pontua Freitas.

Nosso angiologista afirma que o lipedema não tem cura e o tratamento busca a aliviar e melhorar a qualidade de vida, “sendo importantíssimo manter um rigoroso controle do peso, ter uma alimentação rica em fibras e proteínas e evitar o excesso de lacticínios e carboidrato”. O especialista ressalta também que a atividade física é importantíssima e deve ser constante com exercícios aeróbicos e musculação.

Além do tratamento convencional, para casos mais avançados, há indicações de drenagens linfáticas, uso de meias de compressão para auxiliar a reduzir o inchaço e a sensação de peso nas pernas, e até lipoaspiração. “Tudo isso, claro, com indicação e acompanhamento médico especializado”, finaliza o especialista.