Passar por um procedimento sempre gera apreensão e a indagação sobre o sucesso e a recuperação do mesmo. Esse sentimento é compreensível, até porque alguns atos cirúrgicos podem ter consequências sérias para o paciente, como danos físicos ou emocionais, provisórios ou permanentes. São situações inesperadas que podem levar a sangramentos excessivos, lesões de órgãos ou tecidos e infecções, por exemplo. Por isso, seguir protocolos que promovam a segurança antes, durante e depois do procedimento é importante para dar mais tranquilidade durante a atividade cirúrgica.

Aqui no Hospital Badim adotamos o protocolo de cirurgia segura recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que compreende as etapas Sign In (antes da indução anestésica), Time Out (antes da incisão cirúrgica) e Sign Out (antes de o paciente sair da sala cirúrgica). “Esses passos são padronizados por meio de checklists, assegurando a correta identificação do paciente, confirmação do procedimento e local cirúrgico, checagem de materiais, equipamentos e exames necessários, além do alinhamento entre as equipes envolvidas no ato cirúrgico”, explica Viviane Bastos, gerente do Bloco Cirúrgico do nosso hospital.

Além da implementação do checklist da cirurgia segura, o Hospital realiza ações de educação continuada com as equipes assistenciais e cirúrgicas, auditorias internas e checagem periódica dos indicadores da qualidade. “No fim dos atos anestésico e cirúrgico, as etapas do Sign In, Time Out e Sign Out são obrigatoriamente cumpridas e também é realizada a alta segura do centro cirúrgico, garantindo a transição segura do paciente para o setor de destino”, completa Viviane.

A gerente do Bloco Cirúrgico diz que a adesão ao protocolo é monitorada por meio de auditorias sistemáticas de prontuário e observações in loco, com verificação do preenchimento correto dos checklists da cirurgia segura. “Os resultados geram indicadores mensais que são apresentados às lideranças, com planos de ação corretivos em caso de melhorias”, observa.

De acordo com Viviane, ao adotar a metodologia, o hospital promove ganhos tanto para os pacientes quanto para os colaboradores. “Para os pacientes, os protocolos de cirurgia segura reduzem o risco de erros, complicações e infecções, assegurando uma experiência mais segura e com melhores desfechos clínicos. Para as equipes, os protocolos proporcionam clareza, padronização e confiança no processo, promovendo a comunicação eficaz entre os profissionais, menor estresse durante o ato cirúrgico e fortalecimento da cultura de qualidade e segurança assistencial.”

De acordo com a pesquisa Lasos Study (Latin American Surgical Outcome Study), que analisou dados de mais de 21 mil pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos em 17 países da América Latina, a mortalidade na região é 10 vezes maior quando comparada as estatísticas de países desenvolvidos. As principais causas para o ocorrido nos hospitais latinoamericanos foram a baixa adesão a protocolos, falta de profissionais qualificados e deficiência na infraestrutura hospitalar.