Escorregar no piso molhado, tropeçar no tapete ou na sandália de dedos, desequilibrar na escada e de repente… chão! Essas são situações comuns e que podem provocar graves situações de saúde em qualquer pessoa, especialmente os idosos. De acordo com o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), uma a cada quatro pessoas idosas no Brasil sofre ao menos uma queda por ano. O risco aumenta com a idade e entre pessoas com mais de 80 anos, a prevalência de quedas chega a 40%, segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. As consequências vão muito além de machucados superficiais. As quedas estão entre as principais causas de atendimento em emergências, podendo levar a fraturas e limitações de mobilidade, perda de autonomia e, em muitos casos, à necessidade de cirurgia.
Dados do Ministério da Saúde mostram que houve mais de 344 mil atendimentos ou hospitalizações em 2024 por causa de quedas. E se você pensou que em uma unidade hospitalar não há risco de quedas, se enganou. Ao contrário, o ambiente hospitalar é propício para que haja esse tipo de evento adverso devido ao paciente estar fora do seu habitat, ter baixa visão, dificuldade de deambulação e ao uso de medicações, principalmente.

A enfermeira Juliana Glatthardt, coordenadora da Unidade de Internação, afirma que o sucesso do nosso protocolo de prevenção de quedas é fruto do comprometimento de toda a equipe multidisciplinar do hospital, que atua de forma integrada para identificar precocemente riscos e agir preventivamente.
Aqui no Hospital Badim, a segurança dos nossos pacientes é prioridade. Por isso, seguimos as metas de segurança do paciente preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma delas é justamente reduzir o risco de danos decorrentes de quedas ao paciente. Seguimos um rigoroso protocolo de prevenção de quedas que também promove o envolvimento dos próprios pacientes e seus familiares. “Embora o foco principal seja a prevenção de eventos adversos, o ganho na previsibilidade e no planejamento assistencial também contribui para maior eficiência no atendimento. E ainda nos permite incluir o paciente e seus familiares ou acompanhantes no centro do cuidado, estando cientes do risco e contribuindo para a prevenção”, afirma a enfermeira Juliana Glatthardt, coordenadora da Unidade de Internação.
Adotado desde 2008 e constantemente atualizado com base em evidências científicas, o nosso protocolo de prevenção de quedas tem apresentado resultados expressivos. Esse sucesso é fruto do comprometimento de toda a equipe multidisciplinar do hospital, que atua de forma integrada para identificar precocemente riscos e aplicar ações preventivas. De acordo com a enfermeira Juliana, “a sistematização das ações contribuiu para uma assistência mais proativa, impactando positivamente os desfechos clínicos e a experiência do paciente”.
Como funciona?
A coordenadora conta que quando um paciente é internado, ele passa por uma avaliação aplicada pela equipe de Enfermagem e que permite que o paciente seja classificado com potencial baixo, médio, alto e até altíssimo risco para quedas. A partir dessa análise, são implementadas ações específicas para cada nível de risco, como o uso de pulseiras amarelas de identificação de risco, sinalização nos leitos, manutenção das grades elevadas e rodas travadas, manutenção da altura mínima da cama e da campainha ao alcance do paciente, além de outras orientações personalizadas aos pacientes e acompanhantes e a adoção de medidas ambientais e comportamentais para minimizar riscos. “Também implementamos um folder educativo, que é entregue ao paciente/familiar no momento da admissão nos setores”, relata Juliana.
“Paralelamente, toda a equipe multidisciplinar é capacitada de forma contínua por meio de treinamentos teóricos e práticos, com foco na identificação precoce de riscos e na aplicação de medidas preventivas. Aqui no Badim apostamos na cultura de prevenção”, assegura a coordenadora.
“A implementação do protocolo de prevenção de quedas é um dos padrões avaliados para a acreditação e a adoção de medidas para prevenir os riscos mostram que essa é uma cultura enraizada no nosso time, que recebe treinamento regular a cada seis meses. A metodologia é um ganho para todos, pacientes e equipe multiprofissional, pois, sem queda geradora de danos, há melhoria na qualidade da assistência, da eficiência operacional e do tempo de internação”, analisa Mariana Lavandeira, coordenadora do setor de Qualidade do nosso hospital.

Os treinamentos do protocolo de quedas são realizados regularmente a cada 6 meses.