Você sofre com dores no joelho? Saiba que não é o único. Esta é uma condição clínica comum em diversas faixas etárias, atingindo em torno de 46,2% da população, de acordo com estudo da Sociedade Americana de Dor e Neurociência. Embora afete pessoas de todas as idades, o problema é mais recorrente em mulheres e em idosos. Esse tipo de dor pode ser ocasionada por diversos fatores: lesões, torções, traumas, inflamações, sobrepeso, problemas de coluna e doenças relacionadas ao sistema nervoso central e nervos periféricos. Há diversos tratamentos para solucionar o problema. Um deles é o cirúrgico. Mas você sabe como se preparar para esse momento?

Pedro Badim, coordenador do serviço de Ortopedia: controlar condições como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e tabagismo antes da cirurgia reduz significativamente os riscos do procedimento.

Passar por um procedimento cirúrgico pode causar insegurança e apreensão e, por isso, é fundamental estar bem informado sobre o procedimento, suas indicações, riscos e cuidados necessários. O coordenador do nosso serviço de Ortopedia, Pedro Badim, especialista em cirurgia de joelho, explica que o sucesso de um procedimento cirúrgico não depende apenas da técnica utilizada. “A decisão cirúrgica deve ser tomada com base em uma avaliação criteriosa feita por um ortopedista especializado, considerando o tipo de lesão, o perfil do paciente e os objetivos de recuperação. A indicação correta, a qualidade dos tecidos envolvidos (osso, cartilagem e ligamentos), uma reabilitação bem conduzida e a adesão do paciente ao tratamento são fatores decisivos para uma boa recuperação”, afirma.

O estado de saúde geral do paciente também influencia diretamente os resultados cirúrgicos. “Obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e o tabagismo aumentam o risco de complicações como infecção, má cicatrização, falha de enxertos e problemas anestésicos. Controlar essas condições antes da cirurgia pode reduzir significativamente os riscos. Além disso, lesões associadas não tratadas e a realização de atividade física de alto impacto em excesso podem contribuir para o procedimento não ser resolutivo como esperado, o que pode levar à necessidade de uma nova cirurgia”, salienta o médico.

Tipos e recuperação cirúrgica

Pedro Badim diz que existem diferentes tipos de cirurgia de joelho. “A artroscopia é uma técnica minimamente invasiva usada para tratar lesões de menisco, remover corpos livres, reparar pequenas lesões de cartilagem e realizar reconstruções ligamentares. Em casos de ruptura do ligamento cruzado anterior, a reconstrução é indicada para restaurar a estabilidade do joelho. Já as reconstruções do ligamento colateral ou do canto posterolateral são reservadas para quadros de instabilidade mais complexa”, explica. Ele cita ainda a osteotomia tibial ou femoral, indicada para pacientes mais jovens com artrose localizada e desalinhamento do joelho e as próteses, que são usadas em caso de artrose avançada e dor incapacitante, podendo ser total ou parcial, quando apenas um compartimento da articulação está comprometido.

O tempo de recuperação varia de acordo com a idade dos pacientes. “Pessoas mais jovens tendem a se recuperar mais rapidamente e têm maior potencial de retorno às atividades esportivas. Já em pacientes mais idosos, a recuperação pode ser mais lenta e o risco de complicações aumenta, especialmente em cirurgias de reconstrução ligamentar. No entanto, no caso de próteses, a idade por si só não é uma contraindicação e o principal critério é o grau de desgaste e a perda funcional”, informa.

A recomendação do médico para acelerar a recuperação e melhorar os resultados no pós-operatório é a chamada pre-hab ou preparação pré-operatória, que inclui exercícios para melhorar a força e a mobilidade do joelho. Ele alerta que, durante a recuperação, é fundamental estar atento a sinais, como dor intensa e persistente, inchaço com vermelhidão, rigidez que não melhora com fisioterapia, sensação de instabilidade ao caminhar e falta de progresso funcional. “Esses sintomas devem ser comunicados imediatamente ao médico. O acompanhamento médico permite detectar complicações precocemente, ajustar o plano de fisioterapia, monitorar a integridade de próteses ou enxertos, além de oferecer segurança e motivação ao paciente durante o processo de recuperação”, reforça.

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