Recentemente, o cantor e compositor Moacyr Luz se submeteu a um tratamento inovador capaz de reduzir significativamente os sintomas da Doença de Parkinson e devolver qualidade de vida aos pacientes. A técnica já existe há algum tempo, mas vem sendo aprimorada por especialistas, como conta o nosso neurologista Yuri Macedo. “Este procedimento é conhecido como estimulação cerebral profunda (DBS) e consiste na implantação de eletrodos em algumas regiões do cérebro que são chamadas de núcleos da base e que são centros de regulação dos movimentos. O eletrodo funciona como um marca-passo, que ajuda a regular aquela atividade cerebral, permitindo maior fluidez nos movimentos do paciente com Parkinson. Importante lembrar que a doença tem sintomas motores e não-motores, mas este procedimento age principalmente sobre os sintomas motores”, explica. Foi o nosso médico quem contribuiu elucidando o procedimento para os jornalistas das rádios Roquette Pinto, Manchete e Rio de Janeiro.

Nosso neurologista Yuri Macedo explica que a estimulação cerebral profunda não é uma cirurgia curativa. “Ela melhora os sintomas, principalmente os motores, mas nem todo paciente de Parkinson vai se beneficiar com o procedimento”.
Nosso especialista explica que os tremores são o sintoma principal da doença, mas a rigidez é ainda mais limitante. “O paciente tem também grande dificuldade para se movimentar, uma lentificação dos movimentos, a chamada bradicinesia, além de uma dificuldade para a estabilidade postural. Entre os sintomas não motores, os pacientes apresentam constipação intestinal e anosmia, que é a dificuldade de sentir cheiros. O quadro cognitivo também é afetado e o esquecimento pode ser causado pela doença, em um estágio mais tardio”.
Como é a cirurgia
A indicação para a cirurgia acontece quando o paciente não responde ao tratamento medicamentoso, sofre com efeitos colaterais ou tem a necessidade de tomar uma grande quantidade de remédios. “É importante frisar que não se trata de uma cirurgia curativa. Ela vai melhorar os sintomas, principalmente os motores, mas nem todo paciente de Parkinson vai se beneficiar com o procedimento. E como qualquer cirurgia, ela está sujeita a riscos. Os eletrodos que são implantados são hastes metálicas que vão transmitir eletricidade em estruturas profundas do cérebro. Se elas não forem bem posicionadas, podem causar sangramento. Estes dispositivos ficam ligados a uma unidade geradora que precisa ser trocada de tempos em tempos, então este não é um procedimento simples”, observa o médico.
A cirurgia não elimina a necessidade do uso de medicamentos. “A pessoa vai poder viver melhor, ter mais qualidade de vida, mas vai ter que continuar tomando os medicamentos. Em alguns casos, os sintomas motores podem ter redução em torno de 70%”, salienta o especialista.
Macedo adianta que as novidades não param no tratamento de doenças como o Parkinson. “Antigamente, o controle dos eletrodos era feito por uma espécie de tablet. Alguns dispositivos instalados há alguns anos ainda funcionam desta forma, como se tivesse um controle ou uma espécie de joystick para regular a atividade desses eletrodos. O próximo passo é que essa regulagem seja feita por meio de inteligência artificial, tendo alguma forma de feedback em relação ao movimento do paciente. Isso é uma inovação que já está em estudo”, afirma.
O Hospital Badim oferece atendimento ambulatorial em Neurocirurgia e realiza o procedimento de DBS.

