Saúde para o novo ano: pequenas atitudes que fazem grande diferença

O fim de ano se aproxima. Nessa época é bem comum as pessoas ficarem mais reflexivas, fazerem um balanço do ano que está terminando e começarem a pensar como será o próximo. A lista dos desejos é grande: novo amor, casamento, o trabalho dos sonhos, comprar algo muito desejado e a promessa de cuidar melhor da saúde e do bem-estar. A questão é que alguns desses objetivos ‘ficam pelo caminho’. Mas como tornar a promessa em realidade?

A chave é transformar metas em hábitos sustentáveis, indica o coordenador da unidade cardiointensiva do nosso hospital, Felipe Cosentino. “Em vez de metas amplas — como ‘vou emagrecer’ ou ‘vou fazer exercícios’ — é melhor definir metas concretas e possíveis, como ‘caminhar três vezes por semana’ ou ‘reduzir o consumo de ultraprocessados’. A constância, mesmo que com pequenos passos, é o que garante resultados duradouros”, assegura o nosso especialista.

Nosso cardiologista explica que assim como fazemos balanços pessoais e profissionais, esse período representa uma oportunidade para avaliar também a saúde. “O corpo e a mente acumulam os efeitos de hábitos, estresse e rotinas ao longo dos meses. Revisar exames, consultas e comportamentos permite iniciar o novo ano com mais equilíbrio e prevenção”, aponta.

Ele explica que hábitos simples, como manter boa qualidade de sono, alimentação equilibrada e prática regular de atividade física, têm impacto profundo na prevenção de doenças cardiovasculares, metabólicas e mentais. “Essas atitudes modulam inflamações, melhoram o sistema imunológico e ajudam a regular o humor, a energia e o metabolismo”, diz Cosentino.

Disciplina e propósito são os pilares para alcançar os objetivos no novo ano. “É importante compreender o porquê de cada mudança — seja viver mais, ter mais energia ou prevenir doenças. Estabelecer horários fixos, anotar metas, acompanhar resultados e comemorar pequenas conquistas cria um ciclo de motivação positiva. O cuidado com a saúde deve ser visto como um investimento, não como um sacrifício”, indica nosso médico. Segundo ele, mudanças radicais costumam gerar frustração e abandono: “Uma rotina estável — com horários regulares de sono, alimentação e pausas — permite que o organismo mantenha seu equilíbrio hormonal e metabólico, favorecendo tanto o bem-estar físico quanto o emocional.”

Saúde em dia

Uma dúvida comum que surge nos consultórios é em relação a quais exames fazer para um check-up da saúde. Felipe Cosentino afirma que o ideal é que cada pessoa tenha acompanhamento médico individualizado. De forma geral, recomenda-se a avaliação clínica anual, controle da pressão arterial, exames de sangue básicos (como glicemia, colesterol, função renal e hepática) e a avaliação cardiológica, conforme idade e fatores de risco. Para as mulheres, consultas ginecológica e preventivo; para os homens, exames urológicos, de acordo com a faixa etária. Mas é preciso mesmo fazer esses exames mesmo estando assintomático?

Nosso cardiologista explica que grande parte das doenças crônicas se desenvolve de maneira silenciosa. “Hipertensão e outras doenças cardiovasculares, diabetes e alterações de colesterol, por exemplo, podem evoluir por anos sem sintomas. O check-up permite identificar precocemente esses problemas, possibilitando o tratamento antes que ocorram complicações mais graves”, alerta o coordenador da nossa unidade cardiointensiva.

Segundo ele, as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no Brasil e no mundo. “A avaliação cardiológica periódica é essencial, pois muitas arritmias, hipertensão e doenças das artérias do coração podem ser diagnosticadas antes de causarem sintomas. O acompanhamento médico, aliado a exames como eletrocardiograma e ecocardiograma, pode literalmente salvar vidas ao permitir intervenções precoces”, enfatiza.

Outro aspecto importante para a saúde destacado pelo médico é o equilíbrio emocional. “O estresse crônico e as emoções negativas podem alterar o funcionamento do coração, da pressão arterial, do sono e até do sistema imunológico. Buscar o equilíbrio emocional, por meio de boas relações, lazer, espiritualidade ou terapia é tão importante quanto cuidar da alimentação e da atividade física”, afirma. Cosentino diz que é preciso que o paciente estabeleça uma relação de confiança com seu médico. “Diálogo favorece a responsabilidade compartilhada e a adesão aos tratamentos e permite decisões mais assertivas. O paciente deve se sentir à vontade para tirar dúvidas e participar ativamente das escolhas relacionadas à sua saúde”, defende Cosentino.

Nosso cardiologista lembra que cuidar da saúde é um compromisso contínuo. “Pequenas escolhas diárias somadas ao acompanhamento médico regular têm o poder de transformar a qualidade de vida e prevenir doenças graves. A hora de começar é agora — e cada atitude conta”.