Com Dr. Elias Tanus, neurocirurgião
Alterações na fala, na visão e no caminhar, fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um dos lados do corpo, dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente, confusão mental e sonolência são sinais que, em conjunto, são suficientes para ligar o alerta vermelho e procurar uma emergência. Todos esses sintomas estão relacionados ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. O atendimento ágil é fundamental para o sucesso do tratamento e na redução de sequelas.
A doença é uma das principais causas de morte e incapacidade adquirida no país, de acordo com o Ministério da Saúde. Os dados alarmantes são comprovados no dia a dia do Hospital Badim. Na unidade, cerca de 40% dos pacientes que dão entrada com problemas neurológicos sofreram comprovadamente AVC e esses casos têm prioridade absoluta na Emergência.
Minutos mais que preciosos
“O ideal é que o paciente dê entrada no hospital dentro da chamada janela terapêutica – até quatro horas e meia após o início dos sintomas. O tempo de atendimento após o primeiro sintoma é essencial para o sucesso do tratamento e na redução de sequelas, tão comuns nos pacientes que sofrem um AVC”, explica o neurocirurgião responsável pelo serviço de Neurointervenção do Hospital Badim e também coordenador da Hemodinâmica do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, Elias Tanus.
Na unidade, o paciente é acolhido por uma equipe multidisciplinar, clínica e neurológica, que analisa os sintomas e o encaminha, quando necessário, para a realização de exames de imagem – ressonância magnética e tomografia computadorizada – que auxiliam no diagnóstico.
“Quando o AVC é confirmado, o paciente segue para a Hemodinâmica, que funciona 24h, onde é submetido a tratamento com medicamento trombolítico ou a técnicas minimamente invasivas de cateterismo para a desobstrução do vaso sanguíneo entupido e o restabelecimento do fluxo sanguíneo. Na nova estrutura que temos na unidade, é possível realizar tanto os exames necessários para a detecção do AVC quanto o tratamento”, ressalta Tanus.
Prevenção ainda é a palavra de ordem para evitar o aparecimento da doença. Controlar a pressão arterial, praticar exercícios físicos com regularidade, adotar uma dieta saudável, manter bons níveis de colesterol e peso adequado, não fumar, reduzir a ingestão de álcool, evitar ou controlar o diabetes são alguns dos cuidados que ajudam a garantir uma vida mais saudável e com menos risco de um episódio de AVC.
