Hipertensão arterial: aumento de casos no mundo leva EUA a definir novos limites para pressão alta

Com Alexandre Scotti, coordenador da Unidade Cardiointensiva

A Hipertensão Arterial é uma das doenças que mais mata no mundo – são cerca de 1 bilhão de hipertensos no planeta, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O crescimento exponencial do número de vítimas acendeu o alerta da Associação Americana do Coração e do Colégio Americano de Cardiologia que, juntos, definiram novos limites para determinar o que é pressão arterial alta. Agora, 130 por 80 mmHg (o popular 13 por 8) já é considerado doença e quadros que variam entre 120 a 129 por 80 mmHg, antes avaliados como normais, são suficientes para acionar o sinal amarelo.

Apesar das controvérsias na comunidade médica, é consenso que quanto mais cedo o problema é detectado, maiores são as chances de driblar uma pressão mais elevada e tratá-la com mudanças no estilo de vida em vez de remédios. Se o paciente, por exemplo, realizar somente ajustes na alimentação e inserir atividades físicas no seu dia a dia é possível diminuir até 20 mmHg. Para se ter uma ideia, estudos mostram que a cada redução de 2 mmHg o risco de um episódio de AVC cai em 10%.

Em muitos casos a prescrição de medicamentos para controlar a pressão arterial é necessária. Se os níveis de pressão estão acima dos 140 por 90 mmHg, se há risco cardíaco elevado (pacientes mais velhos, fumantes, com doenças associadas como diabetes e colesterol alto) ou se mudanças na dieta e no estilo de vida não geraram os resultados esperados depois de alguns meses de tratamento, a indicação pode ser iniciar a medicação.

“No Brasil, ainda consideramos Hipertensão Arterial a pressão acima de 140 por 90, mas temos um consenso mundial sobre os fatores de risco: colesterol alto, obesidade e diabetes. A Hipertensão é um dos principais causadores de doenças como AVC, infarto, morte súbita, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica, doença renal crônica, só para citar algumas. Para se ter uma ideia da gravidade do problema, 77% dos pacientes que sofrem um AVC, por exemplo, são hipertensos e 55% das mortes decorrentes de um AVC são causadas pela Hipertensão“, explica o cardiologista do Hospital Badim, Alexandre Scotti.

A hipertensão arterial é uma doença silenciosa, mas pode apresentar sintomas como tontura, dor de cabeça frequente, falta de ar, palpitações e alteração na visão. A melhor forma de diagnosticá-la é medir a pressão regularmente. Obesidade, estresse, consumo exagerado de sal em conjunto com má alimentação, envelhecimento e histórico familiar estão entre as principais causas e já se sabe que o excesso de peso pode acelerar muito o aparecimento da doença.

Impacto no coração

O descontrole da pressão arterial repercute diretamente no coração. A força do sangue contra a parede das artérias, causada pelo aumento da pressão, faz com que elas, especialmente as coronárias, falhem na irrigação do músculo, prejudicando sua oxigenação. Esse trabalho excessivo e a ausência da compensação que a circulação normal oferece leva ao sofrimento do coração, causando a angina, que é a dor lancinante que aparece no princípio do infarto. Ao perceber sintomas como falta de ar, dor na região torácica, tontura, náusea, indigestão, azia ou dor abdominal, suor frio e fraqueza procure imediatamente uma emergência.

Emergência cardíaca

No Hospital Badim, pacientes com suspeita de infarto são encaminhados para a Unidade Cardíaca, que funciona 24h e conta com o procedimento de cateterismo, que desobstrui a artéria coronária sem contraindicações. Já foi comprovado que a técnica reduz a mortalidade do infarto quando comparada a outros tratamentos e ajuda a devolver o paciente mais rapidamente à sua rotina. Além da estrutura de ponta, o serviço conta com médicos certificados em Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, pela American Heart Association, e um serviço de Hemodinâmica.