Por Marcelo Dibo, diretor Executivo

Muito se tem especulado sobre o “novo normal” pós-pandemia. Mesmo nos países onde o surto já passou, esse mundo desconhecido ainda está sendo construído dia após dia. Não sabemos exatamente o que vai acontecer, mas uma coisa é certa: nada será como antes. A pandemia alterou nossas realidades e tanto pessoas quanto empresas se viram na obrigação de mudar. Ter resiliência, capacidade de agir rápido e de adaptar-se às mudanças impostas parece ser o melhor caminho.

Um dos pontos nevrálgicos é a área da Saúde. Boa parte do conceito que conhecemos e praticamos de atendimento ao paciente sairá modificado após essa experiência com o novo coronavírus. Quando a doença chegou ao país, nós, gestores de Saúde, nos vimos diante da necessidade número um, que é preservar vidas. Com tantas incertezas, era preciso definir um foco e um rumo. De imediato, além de medidas rigorosas de paramentação dos profissionais e higienização do ambiente hospitalar, proibir a visitação era fundamental mas, ao mesmo tempo, quase cruel. Foi preciso perseverar e fazer a população entender que se tratava de uma medida preventiva crucial.

No Hospital Badim, criamos um Comitê de Covid-19 que conta com a participação de representantes de diversos setores do hospital. Dele, surgiram novos protocolos de tratamento, treinamento, higiene, cirurgia, visitas, acolhimento e atendimento. Boa parte do que implementamos – como visitas virtuais, boletins médicos diários passados por telefone às famílias, troca de mensagens entre pacientes de longa permanência e extremo cuidado com o invisível – permanecerá no nosso novo modus operandi pós-pandemia. Todo esse aprendizado nos mostrou que devemos ser ainda mais humanos e que é na crise que crescemos.

Agora, o país se prepara gradativamente para um novo momento: retomar os serviços, inclusive o atendimento médico-hospitalar com consultas ambulatoriais, exames e cirurgias eletivas, e, aos poucos, reduzir o isolamento social. Mas toda atenção é pouca. O vírus ainda está em circulação – e assim permanecerá por bastante tempo – e a maioria das medidas adotadas pela população durante a quarentena não devem ser deixadas de lado. O cuidado à saúde não pode parar e temos muitas outras doenças graves para diagnosticar e tratar além da Covid-19.

**Informe publicitário publicado no Globo Tijuca