Com Alexandre Scotti, cardiologista
Insuficiência cardíaca é o distúrbio caracterizado pela incapacidade do coração em bombear sangue suficiente às necessidades do corpo. A doença afeta pacientes que negligenciam os fatores de riscos cardiovasculares, entre eles, a hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, obesidade e dislipidemia (gorduras no sangue).
Alguns tipos de insuficiência cardíaca podem atingir mais o público feminino. As mulheres em idade gestacional, por exemplo, podem apresentar uma enfermidade conhecida como cardiomiopatia peripartum, que é um distúrbio do músculo cardíaco que pode surgir nos últimos meses de gestação até o quarto mês do puerpério, sendo considerado um quadro grave. Já a Síndrome de Takotsubo, mais comum nas mulheres, é um tipo de insuficiência cardíaca que está associada ao estresse. “Recentemente, acompanhamos dois casos de insuficiência cardíaca por Síndrome de Takotsubo em mulheres com covid-19”, destaca o coordenador da Unidade Cardiointensiva do Hospital Badim, Alexandre Scotti.
Sintomas
Os sinais de alerta nem sempre são aparentes na fase inicial da doença. Por isso, é importante estar atento às manifestações diferentes do organismo, especialmente quando há presença de cansaço e falta de ar. Com o tempo, o distúrbio vai afetando órgãos como os rins e cérebro, provocando inchaço dos pés e pernas, provocando problemas respiratórios, perda de apetite, abdômen aumentado, tosse com secreção e confusão mental.
A visita periódica ao cardiologista é essencial para o acompanhamento da enfermidade. “Um conjunto de elementos são utilizados para diagnosticar a insuficiência cardíaca, como as condições de saúde, histórico familiar e estilo de vida. Mas também indicamos exames de imagem e laboratoriais para saber a exata condição do coração, dos rins, pulmões e abdômen. Através de testes e exames específicos, como o ecocardiograma, podemos evidenciar o percentual de sangue ejetado pelo coração”, explica o cardiologista.
Segundo o especialista, a insuficiência cardíaca também pode ocorrer em uma função de uma válvula com disfunção, que pode evoluir para uma cirurgia. Nos casos graves da doença, quando a pessoa tem idade inferior a 65 anos, existe a possibilidade de transplante. “Paciente acima desta idade, entramos na discussão de dispositivos de assistência circulatória, ou seja, de um coração mecânico”, diz o médico.
Na maioria das vezes, apenas a mudança no estilo de vida e o acompanhamento médico podem evitar o problema. “O cigarro faz muito mal à saúde e para o coração é fundamental que esse hábito seja deixado no passado, pensando em reduzir a possibilidade de infarto agudo do miocárdio e evolução para insuficiência cardíaca. O paciente deve diminuir a ingestão de sódio, praticar dieta livre de gorduras, diminuir a ingestão de açúcares e evita estresse, além de manter a prática de atividade física na sua rotina”, indica Scotti.