Por Marcelo Dibo, diretor executivo do Hospital Badim

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofrem de depressão no mundo. No Brasil, já afeta 11,5 milhões de pessoas – cerca de 5,8% da população. Além de abalar a vida social, a depressão também afeta a atividade profissional, provocando o aumento no número dos pedidos de afastamentos e aposentadorias.

Dados do Ministério do Trabalho mostram que, em 2015, 97 mil pessoas foram aposentadas por invalidez em razão de transtornos mentais e comportamentais, o que representa uma conta de R$ 113,3 milhões anuais aos cofres públicos.

Na outra ponta estão os serviços de saúde, que também participam desse processo prestando assistência e tratamento àqueles que são diagnosticados com depressão. De acordo com o Ministério da Saúde, entre todos os serviços oferecidos (ambulatórios, leitos, programas de prevenção e cursos de educação permanente para profissionais de saúde), o gasto federal na área de saúde mental, em 2015, foi de R$ 1,3 bilhão.

O investimento em alternativas para o tratamento da depressão e o emprego de projetos de humanização podem contribuir para amenizar esse quadro. Para isso, é importante dispor de profissionais mais motivados, de equipes completas e de planos, processos e metas do cuidado mais bem definidos.

A receita para essa mudança inclui atitudes transformadoras, que passam pela valorização das equipes, do paciente e das boas práticas.

O Rio de Janeiro, por exemplo, adota o modelo de gestão compartilhada em Clínicas de Saúde da Família, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais especializados, entre outros. Há diversas vantagens nesse modelo de contrato; um deles é a reaplicação dos resultados econômico-financeiros na própria unidade assistencial, contribuindo para a diminuição do turnover e garantindo a qualidade na assistência prestada.

*Artigo publicado no Jornal O Dia em 06/04/2017.