Com Celso Dantas, cirurgião e urologista

Esse mês é intitulado ‘Novembro Azul’, um alerta aos homens contra uma doença que apresenta números alarmantes. Mas que pode ser evitada com um simples comportamento: a prevenção. No entanto, precisamos ainda combater outro ‘inimigo’: o preconceito. Você sabia que seis em cada 10 brasileiros só procuram ajuda médica após o agravamento da doença? Então, é bom saber dos dados e informações, abaixo.

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens brasileiros, perdendo somente para o câncer de pele. De acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de novos casos da doença, para este ano, é de 65.840, o que corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no sexo masculino. Isso significa que, a cada 38 minutos, a doença faz uma vítima. A campanha Novembro Azul projeta luz nesses números alarmantes e ressalta a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença, alertando que o preconceito pode prejudicar a cura.
“Estima-se que haja 66 novos casos a cada 100 mil homens. Pelos dados do Ministério da Saúde, seis em cada 10 casos de câncer de próstata ocorrem a partir dos 65 anos. E os estudos do INCA mostram que um em cada nove homens será diagnosticado com câncer de próstata durante sua vida. A partir desses levantamentos observamos que a prevenção é o caminho mais seguro de evitar a doença e uma medida fundamental”, destaca o urologista do Hospital Badim, Celso Dantas. O médico afirma que o preconceito leva aos homens a não procurarem ajuda médica, retardar o diagnóstico e, consequentemente, interfere de forma negativa e preocupante no tratamento e cura da enfermidade.

“A campanha Novembro Azul tem um papel preponderante na conscientização dos homens quanto à necessidade de realizarem exames periódicos e o rastreio da doença, especialmente aqueles do grupo de risco”, destaca Dantas. O urologista conta que o órgão é envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina armazenada na bexiga é eliminada, além de produzir parte do sêmen liberado durante o ato sexual. No processo de funcionamento, algumas células podem se multiplicar de forma anormal, levando ao surgimento do tumor.

Os sinais do câncer de próstata, na fase inicial, podem ser brandos ou até inexistentes, o que dificulta o diagnóstico da doença, pois os sintomas podem ser confundidos com aqueles peculiares aos da hipertrofia da próstata benigna, como a dificuldade ou necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, diminuição do jato de urina, sangue na urina (hematúria) e sangue no esperma (hemospermia). Com a evolução do câncer, outras patologias vão surgindo: dores nos ossos, distúrbios do sistema urinário, infecção generalizada e insuficiência renal.
O diagnóstico do câncer de próstata é feito por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Anualmente, o homem com mais de 50 anos deve fazer os exames de toque retal e de sangue para avaliar a dosagem do Antígeno Prostático Específico (PSA). Esse monitoramento deve começar aos 45 anos para quem está no grupo de risco.

Idade (a chance de ter a doença aumenta a partir dos 50 anos), raça (mais frequente em homens com ascendência africana e caribenha), nacionalidade (mais comum na América do Norte, noroeste da Europa, Austrália e nas ilhas do Caribe), histórico familiar (ter parente de primeiro grau com diagnóstico da doença) e alterações genéticas são fatores de risco da doença.

O especialista dá dica de como prevenir o câncer de próstata:

  • Adotar uma alimentação saudável e equilibrada;
  • Evitar alimentos gordurosos;
  • Evitar o fumo;
  • Controlar os níveis da pressão alta e diabetes;
  • Evitar a obesidade;
  • Evitar o sedentarismo. Praticar atividades físicas.