Com o cardiologista Marco Aurélio Moutinho

Dor no peito pode ser o sinal mais comum de infarto, mas não é o único. Os sintomas de um ataque cardíaco podem variar de pessoa para pessoa e as primeiras manifestações se iniciam em dias e até meses antes do mal súbito. O atendimento ágil e de qualidade, nesses casos, é essencial para o futuro da saúde do paciente, pois reduz as chances de sequelas. “É importante perceber os sinais diferentes dos habituais que o corpo está dando e, assim, chegar ao hospital em tempo de reverter o quadro antes dele se tornar irreversível. Tempo é músculo. Quanto mais rápido o atendimento, mais músculo miocárdico será salvo” ressalta o cardiologista do Hospital Badim, Marco Aurélio Moutinho.

O especialista cita alguns fatores de risco do infarto: diabetes, hipertensão, obesidade, tabagismo, colesterol alto e histórico familiar do problema. Dr Moutinho destaca algumas características peculiares ao infarto, como a dor na região torácica, que geralmente irradia para os ombros, costas, braço e pescoço, independente da pessoa estar se movimentando ou parada. A falta de ar também merece atenção, especialmente quando está associada a desmaio e suor repentino, podendo indicar falta de oxigenação no cérebro em decorrência de uma obstrução cardíaca, o que pode gerar o infarto. A tontura também pode surgir nesse processo, em função dos batimentos irregulares do coração.

Náusea, indigestão e dor abdominal são sintomas que as pessoas costumam associar aos distúrbios gastrointestinais, mas é preciso estar muito atento à frequência dos episódios. Se constantes, podem estar relacionados com um infarto. O pulmão é outro órgão que pode sofrer complicações em função de um infarto. Um dos alertas é a tosse seca e persistente, geralmente acompanhada de palpitações.
Semanas antes do mal súbito, podem ocorrer cansaço intenso e fraqueza. “Nas mulheres, os sintomas atípicos são mais frequentes como o cansaço e a dispneia que podem surgir de forma mais intensa, além de dor no estômago”, acrescenta o médico.

O cardiologista explica que, no sexo feminino, o coração tem um tamanho um pouco menor e a frequência cardíaca média é mais acelerada, além das artérias coronárias serem mais finas, o que favorece a obstrução das artérias. “Quando esse problema ocorre, o sintoma mais característico que é a dor torácica ou dor no peito ocorre com características diferentes entre os sexos. Nas mulheres, uma pressão no peito ou um desconforto. Nos homens, a apresentação mais frequente é um aperto ou peso no peito”, explica Moutinho.