Telemarketing, professores, cantores, radialistas, palestrantes e camelôs. Essas são algumas das profissões que usam a voz como instrumento de trabalho. A nossa fonoaudióloga Sônia Colonese chama a atenção sobre a importância de cuidar da saúde vocal. “Os distúrbios na voz, na maioria dos casos, são provocados pelo uso inadequado ou abusivo da voz”, explica ela.

Uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Ciências Fonoaudiólogas da Universidade Federal de Minas Gerais mostra que 86% dos profissionais da voz apresentam problema vocal. Os professores são os mais atingidos. De acordo com outro estudo da mesma universidade mais da metade deles falta pelo menos uma vez por ano por conta de rouquidão e perda de voz. A nossa fonoaudióloga cita ainda o caso das pessoas que trabalham em ambientes muito frios, como em frigoríficos e estúdio de gravação, ou mesmo ambientes fechados e muito refrigerados: “Os locais frios podem causar o ressecamento do trato vocal, comum em consequência da baixa umidade do ar provocada pela refrigeração mecânica. Nessas condições, a faringe e a laringe são afetadas, interferindo na qualidade vocal.”.

A especialista dá dicas para quem passa a maior parte do dia em locais frios. Intensificar a hidratação, bebendo maior quantidade de água por dia, e higienizar as narinas com soro fisiológico, que ajuda a limpeza e hidratação dos seios paranasais e pregas vocais são duas atitudes importantes. Para os portadores de alergias, a fonoaudióloga recomenda evitar o choque térmico. “Se o dia estiver muito quente e ensolarado o ideal é a pessoa aguardar um pouco antes de entrar no local de ar condicionado com temperaturas muito baixas, menores que 21º. Essa mudança brusca de temperatura pode afetar as pregas vocais e desencadear um processo alérgico”, destaca.

O diagnóstico de problemas relacionados às pregas vocais é feito pelo otorrinolaringologista, por meio da vídeolaringoscopia, procedimento que é feito em nosso hospital e que identifica qualquer mudança na estrutura do órgão. O tratamento pode ser cirúrgico, dependendo da gravidade do caso, ou por fonoterapia, recomendada para os pacientes com lesões pequenas e em pós-operatório.