As férias de verão são um dos momentos mais esperados do ano, sinônimo de alegria, bem estar e praia. Mas o espaço mais democrático e que proporciona a sensação de paz também podem acarretar problemas de saúde, como micoses, viroses e bicho geográfico. Para passar longe desse tipo de situação, basta evitar circular por trechos de areia que podem estar contaminados por lixo, esgoto ou fezes de animais.
A nossa clínica geral e dermatologista, Fernanda Souza, comenta que o lazer pode terminar em um consultório ou até na emergência. “A areia úmida, contaminada pelo esgoto não tratado, geralmente abriga bactérias que causam diarreia. Esse sintoma pode trazer complicações quando associado à desidratação. Já a areia misturada com fezes de animais pode ser vetor de parasitas e larvas, como o bicho geográfico”, diz a médica.
Fernanda explica que o bicho geográfico é um parasita que penetra na pele humana, deixando marcas semelhantes a um mapa. “Os sintomas podem ser vermelhidão, bolhas e muita coceira, com o risco de infecções secundárias”, destaca. “Uma medida importante para quem frequenta as praias é evitar levar os animais de estimação para esse ambiente”, acrescenta a nossa especialista.
Em relação às micoses, a nossa dermatologista esclarece que essas infecções são causadas por fungos e geralmente se manifestam por meio de coceira, manchas brancas e descamação. Na praia, a doença pode ser transmitida pela areia contaminada para as unhas, pele, cabelo ou qualquer parte do corpo. “O tipo mais frequente, responsável por até 30% dos casos de micose humana, é a transmitida pelo fungo Microsporum canis, muito comum em cães e gatos”, comenta a médica. Já a tungíase, popularmente conhecida como bicho do pé, é um tipo de micose causado pela pulga Tunga penetrans, presente em solos arenosos. “Quando a pessoa é infectada, surgem nódulos amarelados com um ponto preto na superfície, geralmente nas plantas dos pés. O seu tratamento envolve a retirada da lesão e, em casos mais graves, o uso de medicamentos sistêmicos”, afirma a nossa especialista.
Há ainda situações em que o banhista tem contato com a urina de roedores. “Quando isso aconteceu há o risco da leptospirose, que se apresenta com febre alta, meningite linfocitária ou uma doença grave com insuficiência renal e icterícia, conhecida como doença de Weill. Ao perceber esses sintomas, é indicado procurar ajuda médica de forma imediata”, alerta Fernanda.